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Morte em Veneza: Thomas Mann e a dialética da beleza e da morte

Morte em Veneza: Thomas Mann e a dialética da beleza e da morte

Um escritor disciplinado parte em busca de renovação e enfrenta um abismo interno. Em uma cidade que é símbolo de beleza e decadência, ele se vê dividido entre a razão e o desejo. A viagem transforma-se em uma jornada existencial marcada pelo confronto entre ordem e caos. Cada passo revela a tensão entre o apolíneo e o dionisíaco, levando-o a uma transformação fatal. Uma narrativa densa que reflete sobre os limites da arte, da beleza e da mortalidade.

Felicidade interna bruta

Felicidade interna bruta

Felicidade é ter alta hospitalar e ser recebido em casa pelo cachorro. É descer o morro lambendo um sorvete tipo americano sem ser alvejado por uma bala perdida. Felicidade é a dádiva de quitar uma dívida impagável. É ter a sorte memorável de encontrar a sua alma gêmea sem sequer ter jogado na loteria.

Os 12 melhores livros brasileiros de ficção lançados em 2024

Os 12 melhores livros brasileiros de ficção lançados em 2024

Nos últimos anos, a literatura brasileira tem demonstrado uma capacidade ímpar de resistir e florescer em meio ao cenário desafiador do país. Em 2024, essa tradição se fortaleceu ainda mais, com romances e coletâneas que transformam o caos contemporâneo em narrativas sensíveis, contundentes e, sobretudo, indispensáveis. A ficção nacional deste ano refletiu os anseios, as contradições e as feridas abertas de uma sociedade inquieta, sem perder de vista o lirismo e a força criativa. Foram obras que exploraram memória, identidade, desigualdade e a complexidade das relações humanas, por meio de personagens profundamente humanos e tramas carregadas de originalidade. A diversidade de vozes e temas marcou o período, consolidando novos talentos e reafirmando nomes já consagrados. Nesta seleção, que contou com a participação de mais de 300 leitores, celebramos 12 livros que se destacaram pela qualidade narrativa e pela capacidade de nos emocionar, questionar e inspirar.

Auto-de-Fé: a sublime tragédia e o fogo da alma de Elias Canetti

Auto-de-Fé: a sublime tragédia e o fogo da alma de Elias Canetti

A obra mergulha nas profundezas da psique humana, explorando obsessões, loucura e a desconexão entre intelecto e realidade. Em uma narrativa densa e inquietante, acompanhamos a gradual desintegração de um homem consumido por suas próprias fixações. A linguagem precisa e os diálogos afiados revelam as contradições dos personagens, enquanto o simbolismo e o grotesco expõem as deformações da mente e da sociedade moderna. Estrutura e estilo se entrelaçam para criar uma experiência literária perturbadora, que desafia as convenções narrativas e emociona pelo desconforto que provoca.

Se a vida lhe der um tombo, aproveita para fazer um duplo twist carpado

Se a vida lhe der um tombo, aproveita para fazer um duplo twist carpado

Eram tempos de servidão à obstetrícia. Atendia uma gestante cujo útero tinha o tamanho de uma fruta de lobeira. Consultava-se comigo há anos, desde os tempos de solteirice. Estava acompanhada por um homem de meia idade que, à primeira vista, supus fosse o marido. Tinha um semblante familiar. Enquanto examinava a grávida e o concepto que crescia feito um coró nas suas entranhas, fiz um exercício mental hercúleo para me lembrar quem era o dito-cujo. De alguma maneira, a presença dele no consultório me incomodava.