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A gente existe é pra sentir

A gente existe é pra sentir

Amo a vida. Odeio a vida. A gente existe é pra sentir. Isso explica quase tudo. Não importa o sentimento. Ter saudade da infância. Ter vergonha dos deslizes. Decepcionar-se com um amigo. Invejar a paz alheia. Passar pelo desgosto de envelhecer e se tornar invisível. Estamos nesse mundo é pra sentir. Isso, em parte, mitiga o imenso vazio. A alegria de ter um bicho em casa. O contentamento de nada ser, de nada saber, ao explorar a lavra poética de um Fernando Pessoa.

Avós não morrem. Eles vivem dentro da gente

Avós não morrem. Eles vivem dentro da gente

Observando meu pai brincar com meus sobrinhos, vi meu avô em seus gestos, repetindo a mesma ternura de gerações passadas. Rubem Alves, em sua crônica para o neto, revela como a memória dos avós vive em nossas lembranças. Desde as brincadeiras na cozinha até as canções antigas, os avós deixam marcas profundas. Essas recordações mostram que, mesmo após sua partida, os avós permanecem vivos em nosso cotidiano. O amor e a sabedoria deles atravessam o tempo, perpetuando-se em nossas vidas.

Negacionismo crítico: um Cavalo de Troia dentro das ciências

Negacionismo crítico: um Cavalo de Troia dentro das ciências

Faz alguns anos que um discurso passou a circular na retórica dita científica brasileira, configurando uma atualidade ideológica que funciona a partir de um modelo de mercado. É o que chamamos de Negacionismo Crítico. Um discurso que, partindo de uma posição de autoridade de saber, se reproduziu e reverberou como discurso geral, indo até as vias mais comuns dos diálogos cotidianos e de muitos influencers de divulgação científica.

O Guarda do Pomar: a obra-prima desconhecida de Cormac McCarthy

O Guarda do Pomar: a obra-prima desconhecida de Cormac McCarthy

Em 1965, aos 32 anos, quando Cormac McCarthy publicou seu primeiro livro, ele já havia se casado duas vezes, servido na Força Aérea e trabalhado como mecânico em Chicago. Ele enviou os manuscritos a Albert Erskine, o lendário editor de William Faulkner, que era, na época, um dos principais nomes da Random House. A influência de Erskine na carreira de McCarthy foi tão significativa que, duas décadas depois, ele foi imortalizado com uma dedicatória em “Meridiano de Sangue”, a obra-prima de McCarthy.

Réquiem para um enorme grande homem

Réquiem para um enorme grande homem

Em 1977, ao ingressar na Faculdade de Medicina, encontrei um colega cuja estatura e inteligência me impressionaram profundamente. Sizenando da Silva Campos Júnior, com seus 1,90m, destacou-se não apenas por sua altura, mas também por sua sagacidade e serenidade inabaláveis. Nossa amizade, marcada por respeito mútuo, revelou um homem de caráter reto e equilibrado, cuja trajetória de vida deixou lições valiosas. Mesmo diante das adversidades, incluindo uma neoplasia maligna cerebral, Sizenando manteve sua integridade e resiliência, exemplificando a força do espírito humano. Este texto é um tributo a um grande homem cuja vida inspirou muitos ao seu redor.