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Cupim, de Layla Martínez

Cupim, de Layla Martínez

A narrativa é imersiva, envolvendo o leitor em uma casa que carrega memórias, traumas e histórias não resolvidas, onde as gerações de mulheres lutam para sobreviver em um espaço impregnado de herança cultural e opressões sutis. A casa, mais do que um cenário, é uma personagem viva e pulsante, receptáculo de medos e desejos reprimidos. Martínez explora a tradição mística e os confrontos de gerações com uma sensibilidade que nos prende até o último parágrafo.

Se você é feito de música, este texto é pra você

Se você é feito de música, este texto é pra você

Às vezes, no silêncio da noite, fico pensando: que graça teria a vida sem música? Sem ela, não há cor, nem leveza. Nos dias de festa ou nas madrugadas de pranto, o que seria de nós sem as canções que pintam o cotidiano? Quem nunca curou uma dor dançando ou finalizou um dia ruim ouvindo aquele clássico do sertanejo? Sejamos sinceros: mesmo quem critica o funk já fechou a noite se rendendo ao ritmo. Raul tinha razão, é melhor ser uma metamorfose ambulante do que manter sempre a mesma opinião.

A gente ia fazer um país nos anos 1980

A gente ia fazer um país nos anos 1980

No mês de outubro, o poeta e filósofo Antonio Cicero tomou a decisão de ter uma morte assistida, optando por não enfrentar a deterioração de sua memória causada pelo Alzheimer. A escolha chocou muitos, mas, para outros, foi um gesto de coerência com sua trajetória de vida, marcada pela defesa da razão. Coincidentemente, semanas antes, uma de suas letras mais famosas batizava uma exposição retrospectiva dos anos 1980. Em seu depoimento no livro “A Poesia e a Crítica”, Cicero descreve o processo que o moldou como escritor, reafirmando sua consciência sobre os fios que teciam sua vida.

Comendo pelas beiradas a melancolia

Comendo pelas beiradas a melancolia

Adoçar o dia de alguém faz parte do conjunto de esforços pessoais para tornar a vida um pouco mais palatável. Ando prolixo e repetitivo também. Nos textos que escrevo. Nas resenhas em família. Nas piadas com final já conhecido. Nas desculpas de sempre para procrastinar. Eu me amarro numa postergação. Se for adiar a solução de algum problema, por favor, me chame e vamos então tomar um café.

On the Road, de Jack Kerouac: a estrada que deu voz a uma geração

On the Road, de Jack Kerouac: a estrada que deu voz a uma geração

A literatura muitas vezes nos leva a explorar a liberdade e o vazio em um contínuo movimento. Em histórias de jornada, o ato de viajar vai além do deslocamento físico, transformando-se em uma busca por significado, por pertencimento e pela própria essência. Ao traçar rotas imprevisíveis, personagens errantes revelam as contradições humanas, confrontando-se com o desamparo e a transcendência. O caminho, marcado pelo paradoxo entre o lugar e o “não-lugar”, é uma metáfora da existência, onde cada passo é uma tentativa de encontrar-se e perder-se.