Bula conteúdo

Já tirou o seu ano sabático?

Já tirou o seu ano sabático?

Tem cada vez mais gente por aí dizendo que vai tirar um ano sabático, passar um tempo sem trabalhar, só viajando, descansando do estresse. Essa moda pegou e já se expandiu, a ponto de surgirem outras formas de anos sabáticos. Durante a pandemia o sujeito ficou em casa, como todo mundo. E se acostumou. Quando a pandemia acabou, ele permaneceu em home-office sem sair de casa. Durante todo esse tempo, ele ficou descalço ou no máximo usando sandálias.

O dia em que gritei com Cora Coralina até perder a voz Foto / Acervo da Família

O dia em que gritei com Cora Coralina até perder a voz

Gritei no ouvido de Cora Coralina até perder a voz. Senti de perto o aroma gostoso, quase secular, da vovó misturada com alfenim. Já ouvi dizer que a poeta não era uma doçura em pessoa, vinte e quatro horas por dia. Tinha lá os seus resvalos na rabugice e no mau humor. Nada mal para uma escritora que, apesar de tamanhas adversidades, fez história na literatura brasileira numa época em que lugar de mulher era em casa, obedecendo ao marido, parindo filho, fazendo doce e batendo bassoura no terreiro.

Monalise e seu bom motivo para sentirmos esperança! Babi Furtado / Divulgação

Monalise e seu bom motivo para sentirmos esperança!

Coisa de dez anos atrás, eu fui ao Rio de Janeiro no carnaval e fiquei encantado com o bloco “Mulheres de Chico”. Que ideia ótima! Mais que uma homenagem a um dos maiores compositores deste país, aquilo era uma peça de resistência, um manifesto da potência da mulher, um grito de alegria e inteligência, uma força da natureza. E que cantoras! Alguém me disse que uma delas se chamava Monalise. Achei bonito! Depois a vida seguiu, eu ainda não voltei ao Rio de Janeiro, mas levei aquela lembrança boa comigo.

Como a literatura mostra o trauma das ditaduras na América do Sul Foto / Cris Faga

Como a literatura mostra o trauma das ditaduras na América do Sul

Cada região do mundo tem um grande assunto para a ficção enfrentar, tanto no presente como no passado. Segundo Perry Anderson, os africanos e indianos lidam com questões do colonialismo. Europeus carregam o peso do nazismo e da migração atual oriunda de suas antigas colônias. Os norte-americanos possuem o fardo da escravidão e da paranoia de ser uma potência imperialista. Já a literatura da América Latina, diz o historiador, vive a memória catastrófica das ditaduras militares do século 20.

O Conde, na Netflix, faz um grande retrato da ditadura chilena e de seu criador Pinochet Pablo Larrain / Netflix

O Conde, na Netflix, faz um grande retrato da ditadura chilena e de seu criador Pinochet

Vampiros, lobisomens, anjos, unicórnios e diabos jamais existiram, mas qualquer pessoa sabe as formas desses seres, graças às artes. Em sentido contrário, há ditadores e nazistas, por exemplo, dos quais se tem dificuldade de fixar suas imagens — cabendo mais à ficção a tarefa de capturar as coisas impensáveis que eles fizeram. Lançado na Netflix, o filme “O Conde” do chileno Pablo Larraín surpreende ao criar uma sátira política e irrealista sobre Augusto Pinochet, por meios das figuras do vampirismo.