Mario Vargas Llosa morreu. E com ele, a última ilusão da América Latina
Poucos escritores viveram tantas vidas quanto Mario Vargas Llosa. Foi revolucionário e liberal, herói e herege, amante escandaloso e pensador incômodo. Sua morte encerra não apenas uma era literária, mas um modo de pensar — movido por contradições, mas nunca pela covardia. Cada ruptura que protagonizou, ele também escreveu. E cada ideia que abandonou, ele levou até o limite antes de descartá-la. Vargas Llosa foi mais do que um autor: foi um campo de batalha entre o desejo e a dúvida, entre o real e o justo. Agora que se foi, resta-nos reler — não por saudade, mas por necessidade.