Que tal um rolezinho na biblioteca?

Que tal um rolezinho na biblioteca?

Não sei a quantas andam as coisas aí na sua cidade, mas, por aqui, meu chapa, os filmes do Quentin Tarantino até pareceriam lorotas da Galinha Pintadinha: neguinho tá pitando crack, bordando e matando só pra ver o tombo. Nos dizeres dos malas, tá tudo dominado. Antes que os chatos de plantão me acusem de branquelo preconceituoso por eu ter utilizado o termo “neguinho” no sentido pejorativo, aviso logo que não sou segurança de shopping center pra ficar apartando gente de acordo com o grau de melanina na carcaça, não.

Não aprendemos afinal onde fica Samarcanda

Não aprendemos afinal onde fica Samarcanda

Houve uma mulher em minha vida. Bem sei, houve mulheres na vida de todos os homens: nenhuma novidade aqui, nada de novo sob o sol. Mas somos capazes de reconhecer as implicações profundas desse fato? Quem, na correria da vida moderna — esse eterno clichê do qual sempre reclamamos —, pensa no que ganhou ou perdeu ao fim de uma história de amor? E pode ser até pior: muitas vezes não percebemos a possibilidade de um amor quando ela surge, como as pequenas epifanias do Caio Fernando Abreu, e a rechaçamos, tristemente a rechaçamos.

Conversa à toa sobre o começo, o meio e o fim do amor

Conversa à toa sobre o começo, o meio e o fim do amor

Sem aviso, o amor rompe a membrana tênue que separa as coisas elevadas, impossíveis, da vida corriqueira e seus acontecimentos rasteiros. Dá as caras à toa, sem mais, como alguém que vai ao mercado, o despertador que não toca, a moça que acorda com raiva, o pobre que acerta na loteria, o tombo da patinadora. Porque o amor pertence à insuspeitada categoria das coisas imprevisíveis. O amor vive no terreno do imponderável.

Músicas boas para se ouvir, quem sabe, no inferno

Músicas boas para se ouvir, quem sabe, no inferno

Agradeço sinceramente por todas as manifestações de ódio e juras de maldição postadas pelos leitores desta ilibada revista literária, sem as quais eu não seria requisitado pelos editores da mesma a redigir mais um de meus desedificantes textos sulfurosos. Enviei a minha carta anterior por pura diversão, provocação da grossa, escamoteação premeditada, pegadinha marota, armadilha pra se pegar ignaros, como faz um caçador doméstico ao armar uma ratoeira.