Os filhos são do mundo, mas nunca deixarão de ser o mundo das mães

Os filhos são do mundo, mas nunca deixarão de ser o mundo das mães

Mãe vive chorando. E como chora. Chora desde a descoberta de que ama a sua cria mais que a si mesma. Ama com uma intensidade e honestidade que jamais pensara amar alguém, assim, um dia. Ama antes de conhecer o seu filhote e ama ainda mais quando o tem em seus braços. Segura no colo um pedacinho dela, a criatura mais linda que seus olhos já viram. Tão dependente do seu amor e de seus cuidados… Indefeso, frágil, miúdo. E o mais incrível: seu.

“Com as pessoas que nós inventamos, só teremos amores imaginários”

“Com as pessoas que nós inventamos, só teremos amores imaginários”

O que amamos no outro, muitas vezes, não é o que ele é, mas o que queremos que ele seja. E quando há decepção, a cortina se abre junto à sensação de que essa pessoa nunca existiu. Ela era uma construção do que desejamos encontrar em alguém. Era fruto do amor idealizado, impalpável, inventado. O amor que não se aproxima, não toca, não envolve, só existe no mundo das ideias. O amor que não suporta, não sobreleva, que não ousa se submeter ao outro.

Os 10 melhores poemas de João Cabral de Melo Neto

Pedimos aos leitores e colaboradores que apontassem os poemas mais significativos de João Cabral de Melo Neto. Poeta e diplomata, João Cabral de Melo Neto inaugurou uma nova forma de fazer poesia no Brasil. Guiado pelo raciocínio e avesso a confessionalismos sua obra é caracterizada pelo rigor estético e pelo uso de rimas toantes. Divide com Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira o título de maior poeta brasileiro pós-1940.

Eu devia estar contente por você me amar

Eu devia estar contente por você me amar

Eu devia estar contente. Abri o envelope e li as letras garrafais: “Negativo”. Pow! Abri um tinto chileno. Chegou outra carta essa manhã. Ora, com tanta falta de tempo, com tanta informação nas nuvens, quem se presta a enviar cartas? Perguntei se ela ainda me amava ou se já estava farta, e ela fez assim, com o dedo polegar levantado entre as cobertas, apontado para cima: “Positivo”. Aquilo era alvissareiro. As crianças vieram para o feriado prolongado. Desta vez, a melancolia foi curta.