Traição não dói. O que dói é saber que não satisfazemos o outro

Traição não dói. O que dói é saber que não satisfazemos o outro

Parte-se do princípio de que quando uma pessoa engana a outra é porque ela se sente superior e, portanto, está no seu “direito” de fazer o que bem entende. Julga que o seu parceiro é menor, mais frágil, dependente, e até mesmo incapaz de lidar com a verdade, seja ela a falta de amor ou o amor por outra pessoa, a necessidade de provar o novo ou o cansaço de uma relação sufocante e costumeira. Sobram justificativas para fundamentar por que as pessoas traem os seus companheiros.

É preciso coragem para ser autêntico. Mas só assim evitamos a mediocridade de uma vida guiada pela opinião alheia

É preciso coragem para ser autêntico. Mas só assim evitamos a mediocridade de uma vida guiada pela opinião alheia

Tantos saltos e paetês, e ela ali de rasteirinha, jeans e camiseta branca estampada com a face do John Lennon. O pé não doía, a consciência também não. Era a vantagem de ser a expressão límpida de si mesma, era o bônus por reproduzir na roupa, no jeito e na forma a autêntica versão de suas escolhas. Haveria olhares tortos e murmúrios de recriminação. Mas o incômodo de ser tachada de peixe fora d’água era engolido pela enxurrada de liberdade que lava a alma dos que preferem a contramão da obviedade.

Não há nada de novo no rugir das tempestades: apenas a barbárie

Não há nada de novo no rugir das tempestades: apenas a barbárie

Já ouço o rufar dos tambores que vem vindo no vento de estranhas estações. São os tambores dos novos bárbaros amparando a invasão em curso. Eles estão chegando com suas armas letais, com ervas, pós e chumbos, com seu combustível fóssil, com visgos para aprisionar nossas almas em gaiolas de algoritmos, com sua guerra brutal e a total insensibilidade para o sofrimento. Os bárbaros simplesmente querem detonar tudo o que construímos. Querem ver caído por terra aquilo que chamamos de progresso e civilização.

Contrariando as previsões em contrário, não estamos sendo felizes para sempre

Contrariando as previsões em contrário, não estamos sendo felizes para sempre

Então é isso: a vida acontece. A chuva e o pranto. O parto, a partida, o desencanto. Jornadas sem resposta. Chaves de pernas. Solidão a dois. Alta velocidade e a inexplicável falta de tempo para se gozar as coisas simples. Somos caras, caretas, beijos e muita gostosura. Vaidade é o que somos. Há a letargia dos que riem de tudo. Há a liturgia da angústia que ainda viceja em vários, apesar de séculos de história.

Pare de aborrecer a vida dos outros com sua dieta

Pare de aborrecer a vida dos outros com sua dieta

Que o mundo está povoado de gente chata nós já sabemos. Nas redes sociais, felizmente há estratégicas opções de fuga: desfazer amizade, ocultar publicações, bloquear usuário… Bom seria se a vida real viesse com botão “ignorar pela próxima meia hora” sem que isso causasse uma enxurrada de mal-estar. Nada resta a nós, miseráveis, senão fugir ou comprar a briga cara a cara.