O segredo para escrever ficção

O segredo para escrever ficção

Qualquer técnica pode ser repassada e aprendida na escola ou em oficinas. Mas isso por si só não cria um escritor, se o aprendiz não tiver o ouvido preparado para escutar. Ler trechos de romances como se lê estrofes de um poema, procurando ressonâncias, significados ocultos, nas entrelinhas. Porque o oculto é que conta, não o óbvio ou o aparente. Mesmo um Graciliano e um Hemingway não são óbvios. Por isso muito se perde quando não se lê adequadamente.

A Chegada, de Denis Villeneuve: uma obra-prima instantânea

A Chegada, de Denis Villeneuve: uma obra-prima instantânea

Como um cético apaixonado pela Ciência, sempre tive apreço pela ficção científica. Nesse sentido, “A Chegada”, do diretor Denis Villeneuve, é um exemplo — infelizmente cada vez mais raro — de filme do gênero dotado de valor artístico. Eis uma película que, ouso dizê-lo em tom vaticinante, haverá de integrar o panteão das melhores ficções científicas já filmadas na história do cinema. Uma obra-prima instantânea.

Sobre Dórias e Grafites

Corre uma discussão sobre grafites, o que infelizmente desviou a minha atenção de assuntos mais importantes, como o diplomata que vai participar do BBB. Bem, nenhum homem é uma ilha, já se sabe, e por isso larguei a “História da Arte”, de Gombrich, que lia pela terceira vez, e apliquei as minhas células cinzentas ao caso. Vejamos. Acho grafite algo medonho. Grafite feio, aliás, é coisa mais comum no Brasil do que febre amarela e bócio. Naturalmente, portanto, aplaudi a ordem do Dória de tratorar a coisa toda em São Paulo.

Lamento informar que, por motivo de morte em família, não poderei comparecer ao próximo rendez-vous

Lamento informar que, por motivo de morte em família, não poderei comparecer ao próximo rendez-vous

Calor infernal. Cafezinho frio. E o meu coração gelado anotando tudo. Escritores são cruéis pra burro. Quase acertei um antigo desafeto com um murro. Sim, sou um lamentável poço de mágoas. Mulheres sem anáguas, histéricas, posso lhes assegurar, debruçavam-se sobre o caixão, debulhando lágrimas, encharcando o terno do vozinho. Moscas zuniam, riam da gente. Um bobinho de sessenta e tantos anos enchia o saco de todo mundo fazendo comentários sem pé nem cabeça. Ô, raiva. Um pandemônio, enfim.

Se eu pudesse te dar um conselho, eu diria: faça amor sem moderação

Se eu pudesse te dar um conselho, eu diria: faça amor sem moderação

Se eu pudesse te dar um conselho, eu diria: viva mais. Ame mais, perdoe mais, beije mais. Solte as suas gargalhadas, ligue para um amigo, abrace com vontade, segure firme outras mãos, olhe nos olhos. Escute. Cante. Veja além do horizonte. Faça a diferença em outras vidas. Doe comida, brinquedo, abrigo. Doe o seu tempo. Para viver não basta respirar, é preciso fazer com que o mundo a sua volta respire também.