É preciso amar as pessoas como se elas fossem sexta-feira

É preciso amar as pessoas como se elas fossem sexta-feira

Imagine a cena. Som histérico de despertador macabro. Você, na cama, ainda de olhos fechados, tenta lembrar aonde guardou o martelo, para esmigalhar esse desmancha prazeres. Afinal levanta, porque não tem mais jeito. Por um instante, deita de novo e pensa em se entupir de barbitúricos pra dormir sem preocupações… Simplesmente porque é Segunda-Feira.

Faça um pequeno milagre hoje. Nele nasce nosso amanhã grandioso

Faça um pequeno milagre hoje. Nele nasce nosso amanhã grandioso

Vai, levanta! Tem uma senhora ali na rua andando sozinha. Viu? Foi, voltou, veio de novo, parou, olhou em volta. Ela está perdida. Está na cara que se perdeu. Vai lá e pergunta se precisa de ajuda. Quem sabe ela diga que não? Quem sabe responda que sim! Vai saber se está só fazendo circular o sangue das pernas e a saudade do peito? Pode ser que ela sofra de uma doença que leva embora a memória e agora esteja ali à espera, à caça de suas lembranças. Vai lá e pergunta. Quem sabe não é sua parente? Uma tia-avó, prima, cunhada, comadre, afilhada perdida nos anos, os traços mudados pelo tempo. Irreconhecível. Quem sabe? Quem sabe é só alguém que espera?

Motivos pra não me mudar do Brasil

Motivos pra não me mudar do Brasil

As aves. As aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá. Ora, não me lancem artilharia pesada. Guardem suas pedras para quebrar as asas da imaginação, que esse mundo não passa mesmo disso: pura ilusão. “É plágio”, vão me acusar. Putz! Não estou plagiando Goncalves Dias, estou citando Goncalves Dias. E por falar na luz do dia, as nossas noites são muito mais lindas que as noites deles. Quem nunca mirou o céu estrelado do centro-oeste brasileiro sem se descobrir pequeno, sem se sentir insignificante, um perdedor, não sabe o que está ganhando.

A vida é muito curta pra perder tempo com livro chato

A vida é muito curta pra perder tempo com livro chato

Ler sempre foi uma aventura, uma jornada, uma descoberta, uma busca. Muito antes de Jorge Luis Borges apontar as semelhanças entre Simbad e Odisseu (que li muito cedo, em edições para crianças), eu já havia percebido as notáveis coincidências. De certa forma, tudo o que li depois disso foi uma busca pela mesma vertigem proporcionada pela saga dos dois marinheiros. E é disso que esta coluna vai falar. Da busca de coisas pra ler. Livros, na maioria das vezes. Mas não só. E não vou falar apenas de coisas recém-chegados às livrarias. Não. A ideia aqui é partilhar descobertas e não seguir a agenda de lançamentos. Afinal, não existe livro novo: existe aquele que você leu e aquele que você não leu.

Lágrimas não são argumentos

Lágrimas não são argumentos

Desde quando o choro é sempre de verdade. Pode ser de mentirinha, cheio de intenções pra conseguir o que se quer mais lá na frente. Desde quando gritar “Eu te amo!”, no meio da calçada diante do Ministério da Fazenda, com os miolos torrando debaixo do sol do meio dia, é um “eu te amo” pra valer. Ou então atulhar um post no facebook com coraçõezinhos, beijinhos, dúzias de rosas vermelhas. Declarações em praça pública. Puxa. Parece que ninguém escuta, se você não gritar, exagerar, teatralizar. O seu amado, então, comenta-se ter virado surdo de vez.