O amor é a arte de se agarrar na vida

O amor é a arte de se agarrar na vida

Você pode fazer o que quiser com isso. Guarde, jogue, passe adiante, sorria, chore, avise a polícia, reflita, esqueça. Não importa. É urgente dizer que eu tenho amor por você. Tenho, sim. Não vai aqui nenhum pedido de reciprocidade, namoro, casamento. Nada disso. É só a minha necessidade teimosa de dividir o que eu sinto. Confesso. Eu até ensaiei no espelho para lhe fazer essa declaração com um certo jeito, mas resolvi ir direto. Sem rodeios e astúcias. Quem tem amor não perde tempo com bobagem. Eu amo e pronto. Amo! Tenho uma vontade grandiosa de trabalhar e construir e ter uma vida boa nesse mundo por onde você anda.

Eu sofro de mimfobia. E você?

Eu sofro de mimfobia. E você?

Está na hora de colocar em pratos limpos tudo o que a gente guarda e esconde em nossa cozinha mental. Fobia é medo, terror, perna bamba, paralisia muscular repentina. E por aí segue lista da diversificada sintomatologia. Pra que negar. Eu sofro de mimfobia e morro de medo dos outros que moram dentro da minha cabeça e cutucam minhas ações e decisões, presentes ou futuras. E você?

Lista dos sonhos que nunca envelhecem

Lista dos sonhos que nunca envelhecem

Fazer um recall da Big Bang. Disputar o céu com os pássaros usando apenas as minhas asas de cobra. Morrer pela boca num beijo bem velhinho dormindo num dia de domingo e despertar no paraíso com a cabeça repousada no colo da vovó com Deus uma mulher (que surpresa incrível!) a coar o café. Enterrar pessoas só de brincadeirinha única e exclusivamente na areia. Construir castelos na praia sem ter medo da maré.

Atualização de status: on-line para a vida

Atualização de status: on-line para a vida

É domingo e a família está toda reunida. A mãe serve o macarrão feito em casa. O filho mais velho conta animado sobre a sua última viagem e distribui bebida nos copos, o pai dá comida para o cão debaixo da mesa. O filho do meio mostra a filha dele recém-nascida que desperta sorrisos emocionados, mas a tia do bebê não vê. Ela não percebe toda esta cena, pois almoça teclando em seu celular.

O fazedor de amanhecer anoiteceu

O fazedor de amanhecer anoiteceu

Pensava pequenino, esse grande menino. Gostava de revirar pontuações nas poesias e na cabeça de pensamentos ondulantes. Engasgava na política dos pontos e vírgulas: sobrevoava os lentos e dúbios acasos das reticências infinitas. Duvidava de tudo, até das interrogações. Pois questionava o que já nascera pronto, rígido e sem jeito de mudar. Certas horas se interjeitava, segurando uma interjeição bem alta, quando um bambuzal resolvia assoviar pra ele. Namoros de recantos livres ao ar livre, que aconteciam mesmo sem vento nem abanos de alguma espécie. Sussurros já davam conta, assim semeados pelo caminho dos sonhos.