Todos somos vítimas do massacre no Charlie Hebdo

Todos somos vítimas do massacre no Charlie Hebdo

Estamos todos juntos. Profundamente ligados. A despeito daquilo em que nestas horas acreditam os assassinos e os canalhas, os indiferentes e os superficiais, os cegos voluntários e os simplesmente estúpidos, somos todos uma coisa só. E esta coisa tem sofrido faz tempo, padecido como agora, no choque de uma covardia impensável, na violência medonha de um novo ataque burro e cruel.

Gente vazia só enche o saco

Gente vazia só enche o saco

Tem palavra que é como cachorro de rua: vem com pulgas. Hoje apareceu uma por aqui abanando o rabo, a língua de fora, o olhar pedinte, e eu deixei entrar. Na verdade é uma expressão japonesa, dessas com significado grandioso, definitivo. “Ikigai”. Alguma coisa como ‘a razão de ser’ de cada um, motivo pelo qual você e eu nos levantamos todos os dias. Boa frase. Esses japoneses têm cada uma!

A mulher que queria conquistar o mundo

A mulher que queria conquistar o mundo

A primeira vez que a viu foi num show do Paulinho Pedra Azul. Violão, voz e carpete azul. E quem perdeu a fala foi ele, ao se deparar com um par de pernas leitosas a lhe apontarem e que — de tão alvas — deixavam a lua absolutamente constrangida. Aquele inusitado arsenal de armas brancas o coagia: “Respira fundo e pula comigo!”. A música, a pele, o mistério, aquele incontestável cheiro de futilidade contaminada com fertilidade, tudo era mais que um convite para que saltasse no seu decote. Então, ele mergulhou fundo nela, mas o romance não deu pé. Tanto assim que quase morreu afogado de tanto blues e Bloody Mary.

Eu quero a sorte de um amor louco

Eu quero a sorte de um amor louco

Isso mesmo. Amor desatinado por amar sem limite, sem medida, sem preocupação com o saldo, nem nada mais. Quero um amor biruta e sem juízo, doido varrido, desses que toca a campainha no meio da madrugada, que faz juras de amor numa segunda-feira às seis da manhã. Que larga tudo, enfrenta o chefe e um trânsito insano só por algumas horas de grude.

Pare de procurar. O amor chega para os distraídos

Pare de procurar. O amor chega para os distraídos

Houve um tempo em que você o procurou por todos os lugares. Olhava as mesas dos bares, percorria esteiras das academias, pesquisava em livrarias, ia a parques e parava em bancas de jornal. Observava atento a todos os detalhes, como detetive mesmo, à procura de todas as pistas que o levassem até ele. Até em viagens tentou conhecê-lo. Adivinhava o cheiro do seu perfume e imaginava uma dança ao luar ouvindo a música que escolhera para quando se encontrassem. Esperou por ele em todas as esquinas das suas saudades. Então se cansou de esperar e foi embora.