Tim Maia: o herói do mimimi

O mesmo veneno destilado contra Roberto e a mesma compaixão destinada a Tim Maia acontece no caso de Pelé e Garrincha. O alcance vocal de Tim, inegavelmente maior que o de Roberto, e os imparáveis dribles de Garrincha, mais espetaculares que os de Pelé, parecem suficientes para que seus fãs optem por quem é melhor. Mas é o final melancólico e até certo ponto trágico de Mané e do “Síndico” o que mais os aproxima.

Procura-se alma séria para relacionamento divertido

Procura-se alma séria para relacionamento divertido

“Em um relacionamento sério.” Nada contra. Fico alegre por quem assim esteja. Faço votos de felicidade ao casal e, confesso, tenho até uma certa inveja de quem se encontra e se ajeita a ponto de querer contar ao mundo que vive um caso amoroso e que ele é sério. Não é despeito, não. Juro. Eu admiro e respeito a seriedade do amor de cada um. Mas acho que quem se ajeita “em um relacionamento sério” anda menos para o calor dos romances que para a frieza dos tratos comerciais, a obrigação dos contratos de compra e venda, a burocracia das operações bancárias e a apatia dos casais ranzinzas, circunspectos, fechados para as brincadeiras de um amor sadio em sua graça e sua leveza.

Saiu pra fazer um aborto e nunca mais voltou

Saiu pra fazer um aborto e nunca mais voltou

Era viciado em tabaco. Saiu pra comprar cigarros, mas voltou em tempo de acompanhar o batizado da neta. Achava o fim da picada aquilo tudo, do Congresso Nacional ter proibido as pessoas de fumarem em recintos públicos como aquela igreja, e de judiarem da pobre bebezinha ao imergirem-na numa bacia cheia de vinho, que o padreco com gel nos cabelos insistia era o sangue do cordeiro. O caldo vermelho e rutilante escorrendo na pele alva da menina deu nele uma vontade danada de sorver uma bela taça de Cabernet Sauvignon resfriado.

Se não for verdadeiro, não dura

Se não for verdadeiro, não dura

Soube que você anda por aí perguntando por mim… Me disseram que te planto questões, e que meu jeito de falar de amor e clamar amor te parece um tanto exagerado. Não é exagero não. Minhas hipérboles sentimentaloides podem até parecer dramáticas, vá lá, mas são verdadeiras. E verdade é uma coisa que levo comigo por onde eu vou. Sempre tenho na mala.