Chega de inventar saudade. Vamos amar de novo

Chega de inventar saudade. Vamos amar de novo

Como deixar de amar alguém? Como aprender a dizer adeus? Pois é, toda vez que um romance acaba, quando fomos nós os deixados para trás ou se terminamos porque não dava mais certo ou porque o momento não era para ser, e mesmo assim ainda gostamos da pessoa que partiu, é como se o jardim da nossa alma tivesse repentinamente todas as suas flores arrancadas e no seu solo rachado restassem nada mais que as saudades que não sabemos como e nem onde replantar para voltarmos a viver.

Eu queria ser Clint Eastwood para dar um tiro na sua cara

O calor que tem feito esses dias deve estar cozinhando os meus miolos. Um sujeito chegou perto de mim e disse me passa a carteira. Mesmo com o trabuco na mão, eu não passei a carteira porque não ando com carteiras. Entreguei uma mochila com coisas de pouco valor como livros, um kit de barbear e um pacote de camisinhas. Não leio, não me barbeio e não meto há tempos, desde sábado. O cara montou na garupa de um cavalo, digo, de uma moto na qual um comparsa o aguardava, e ambos vazaram dali mais rápido que o evacuar de um ganso.

Uma dose de originalidade, por favor!

Uma dose de originalidade, por favor!

Não me leve a mal. Não é pessimismo meu, é só desânimo mesmo. Eu acredito que a culpa deve ser desse exército de pessoas que insistem em se parecer umas às outras, falando sempre as mesmas coisas de um jeito tão presumível quanto a programação de domingo na tv. Nada contra, mas… Por onde andam os imprevisíveis, os românticos incuráveis e declarados, os boêmios gaiatos, anedóticos de piadas impróprias, cidadãos do contra, almas às avessas?

Treze livros que podem fazer o cérebro entrar em colapso

Treze livros que podem fazer o cérebro entrar em colapso

O escritor gaúcho Luis Fernando Verissimo, na crônica “Fobia”, publicada no divertidíssimo livro “Banquete Com os Deuses”, admitiu que lê obsessivamente qualquer coisa, de manuais de tricô até etiquetas de lençóis, passando pelo mais pueril best-seller, movido pela pura e simples “dependência patológica na palavra impressa”. Eu, extrapolando a tese do filho do Erico, acredito que com algum treino, masoquismo, espírito vadio e senso de humor, esse vício pode se transformar num divertido teste de resistência intelectual. Pode ser tanto na categoria de provas rápidas, lendo frases sem pai nem mãe na internet, ou maratonista, dispondo-se a percorrer inteiras obras obradas e assinadas.

Em algum lugar por aí, tem alguém pensando em você com ternura

Em algum lugar por aí, tem alguém pensando em você com ternura

Repare. Em algum lugar, de alguma sorte, alguém está fazendo uma coisa boa por nós. Talvez você nem note. Mas tem alguém compensando nossa truculência, atenuando a dureza do mundo, nivelando a vida por cima. Tem alguém levando à frente a compaixão divina num gesto de bondade simples, à toa. Alguém de coração disposto e mãos ativas. Tem, sim. Em algum lugar por aí, tem alguém pensando em você com ternura.