Tem sempre um babaca cuspindo ‘sinceridade’ por aí

Tem sempre um babaca cuspindo ‘sinceridade’ por aí

“Desculpe a sinceridade, mas…”, adiantava a criatura perfeita ao primeiro interlocutor que encontrasse. Encantada com o som da própria voz, a inteligência de suas observações, o diâmetro de sua cintura, o brilho de seus dentes e a maciez de suas roupas de baixo, dizia na lata: “você devia se vestir melhor!” A vida inteira havia sido assim. Ajeitando o cabelo, buscava com os olhos uma vitrine, uma vidraça, uma panela areada, um espelho onde mirar o próprio rosto enquanto cuspia mais um de seus julgamentos a sangue frio, sem anestesia, na cara de um dos seus tantos alvos.

O amor é a seresta que fazemos para os nossos sonhos

O amor é a seresta que fazemos para os nossos sonhos

A memória guarda o que é bom, carinhoso e bonito, como os avôs de cabelos brancos e perfume exagerado, de camisas de linho e mãos calejadas. Como a história dolorosa de um amor, e a alegria da flor que brota do impossível chão. Então, nosso coração dança com as músicas que cantamos juntos, faz seresta pra quietude e acorda a noite estrelada.

Não dá pra construir um Brasil melhor com ovos de chocolate que não contenham glúten

Não dá pra construir um Brasil melhor com ovos de chocolate que não contenham glúten

Minha falta de fé anda irritante, eu reconheço. Tive um desentendimento com a minha mãe — e sei que isso é motivo mais que suficiente para que as minhas mãos sequem — por conta de um benzedor de cobras. Cria ou não cria naquilo? Não cri, pra variar. Enquanto eu ria, a gentil senhora fechou o cenho para me convencer que o sujeito convencia sim as serpentes a se escafederem do perímetro de uma gleba inteira, valendo-se apenas do instituto dos espasmos medonhos, trejeitos inimitáveis e muita, muita oração.

Um Conan existencialista: pra quem gosta de “Game Of Thrones”

Embora seja um ilustre desconhecido no Brasil, o escritor Michael Moorcock é uma lenda da literatura fantástica britânica. Influenciou todo mundo: Neil Gaiman, Alan Moore, Grant Morrison, Douglas Adams, Terry Prachett e George R.R. Martin, criador da série “Game of Thrones”. Moorcock também editou a revista de ficção científica “New Worlds” de 1964 a 1996, sendo responsável pela chamada “new wave” do gênero, que revelou (além dele próprio) escritores como J.G. Ballard (de “Crash”) e Ursula K. Le Guin (de “A Mão Esquerda das Trevas”).

Estar solteira não é sinônimo de abandono, mas sim, de escolha

Estar solteira não é sinônimo de abandono, mas sim, de escolha

Por que as pessoas têm a mania de achar que felicidade só pode existir numa vida atrelada à outro coração? Ora, nascemos sós. Nada mais natural que vivamos e sejamos felizes em nossa própria companhia, que a alegria dependa exclusivamente de nós. Delegar essa função e responsabilidade é de uma crueldade absurda, é se eximir das consequências de todas as escolhas feitas, alugar a própria vida à um inquilino — e torcer para que ele cuide be