Não existe Botox para o vazio existencial

Não somos nada nem ninguém sem consumir. Você já parou para pensar nisso? Vivemos numa sociedade de consumo, disso todos nós sabemos. Acontece que a nossa ânsia por obtenção palpável se estendeu até os desejos mais íntimos. Não adquirimos por ímpeto apenas roupas, sapatos, objetos. Nós consumimos sentimento, gente, sexo, prazeres, tempo. Tudo. Parece que sem consumo não existe vida. Nem bem estar. Nem alegria. Nem amor. Nem nada.

No amor, é melhor um fim horroroso que um horror sem fim

No amor, é melhor um fim horroroso que um horror sem fim

De todas as máximas sobre o amor, a que mais me fala e mais me cala é esta. “Melhor um fim horroroso que um horror sem fim”. Tudo bem, compreendo se você prefere aquele outro chavão: “amor de verdade não acaba, se acabou é porque não era amor”. Respeito, mas sigo achando que lá pelas tantas, vira e mexe, o amor pode acabar, sim. Fazer o quê?

Não tenho medo da morte. Mas tenho medo de viver como se estivesse morta

Não tenho medo da morte. Mas tenho medo de viver como se estivesse morta

Não tenho medo do escuro, nem de gente e muito menos da solidão. Não me amedronta pensar em adoecer, ou que terei que mudar de país, de vida, de rumo. Não tenho medo da morte, da fome, do desemprego, de ser esquecida. Não temo a insegurança do amanhã, nem o futuro da humanidade. A única coisa que me deixa em pânico é não poder ser eu mesma. Essa é a minha grande paúra: a de me anular.