Breve história de um amor que não dá pé

Breve história de um amor que não dá pé

Água até o pescoço. Isso é o que há. Não perca mais tempo em busca do amor. O amor é só mais um detalhe. Escute — veja se dorme com mais essa, baby — , o que eu tenho para lhe oferecer é um enorme vazio. Aqui dentro desse peito de lata daria pra reverberar, pra colecionar constelações de grandes explosões tão longevas quanto um fósforo aceso durante uma ventania. Se ligue nesta dica quente e explosiva: o risco do ranço não vale a rasgado da aventura.

Pula dentro dessa história e viaja comigo

Pula dentro dessa história e viaja comigo

“Eu opero melhor quando estou bêbado”. Todos naquela sala riram do comentário, exceto eu, que tinha os testículos nas mãos daquele exímio malabarista de semáforos, travestido como médico, prestes a fazer valer o ofício do canivete. Pra mim, ele não passava de um palhaço que, sequer, atendia pelo SUS.

Maria não queria casar nem ter filhos. Não tinha nada de errado com Maria. Ela só era diferente, mas ninguém entendia

Maria não queria casar nem ter filhos. Não tinha nada de errado com Maria. Ela só era diferente, mas ninguém entendia

Ser diferente é normal. É o que todo mundo diz. As pessoas abraçam causas, protestam contra a discriminação, lutam pela inclusão social. Dizem que as diferenças fazem parte da normalidade. Até que alguém abre a boca para expor uma opinião contrária à esperada. Então, essas mesmas pessoas olham com estranheza e repulsa, como se todos tivessem que ser iguais, pensar de um só jeito, agir de uma só maneira, seguir um único padrão.