Só para mulheres que consintam em apanhar com uma flor

Só para mulheres que consintam em apanhar com uma flor

Se eu fosse mulher, não paria nem mais um canalha. Se eu fosse mulher, voava, não gastava tempo explicando para os homens que lugar de sonho é na cozinha dos que possuem asas. Se eu fosse mulher, baixava o nível e trocava de mal com o Altíssimo por não ter concedido às fêmeas o privilégio de dar à luz cantando. Se eu fosse mulher, reivindicava nascer passarinho na próxima fornada. Se eu fosse Deus, me redimia e aceitava correndo.

‘Se você engolir tudo que sente, no final você se afoga’

‘Se você engolir tudo que sente, no final você se afoga’

Engole o choro. Engole sapo. Não diga, não quero saber. Cala a boca, cala o peito, cale-se! Mas o corpo fala, e como fala. Fala a ponta dos dedos batendo na mesa, fala o dente acirrado, rangendo estridente. Fala os pés inquietos na cama. Falam os olhos caindo tristonhos. Fala dor de cabeça, dor na alma. Fala gastrite, psoríase, fala ansiedade, fala memória perdida.

Se Deus existisse…

Se Deus existisse…

Há basicamente duas abordagens metodológicas, em posições opostas, acerca da apuração da veracidade dos fatos relativos às coisas divinas: segundo o Minimalismo, o que não tem evidência ou comprovação não pode ser verdadeiro. Já para o Maximalismo, o fato de não haver evidência não é prova de inexistência. Como no trocadilho lapidar de Carl Sagan: “Ausência de evidência não é evidência de ausência”.