O Amós Oz que vai ficar na história da literatura não é o militante, é o escritor

Amós Oz é um grande escritor, mas, nos últimos anos, ficou mais conhecido como militante político. Pacifista, advogava um Estado israelense — o que desagradava a direita de Israel — e um Estado palestino. Na sua opinião, a existência de dois Estados poderia garantir a paz entre os dois povos. Era respeitado, admirado, mas não era ouvido pelo establishment de Israel.

Na noite de natal, matei um cara

Na noite de natal, matei um cara

Na noite de natal, matei um cara. Revirava lixo. Também chafurdo caçambas. Fugi a pé com o antigo suéter de um bacana respingado de almôndegas e sangue. Alguém sempre encontra cabelo no molho à bolonhesa e compartilha a foto do prato, injuriado, nas redes sociais, acusando a indústria alimentícia de triturar ratos junto com os tomates.

Retrato do rio como visão do paraíso

Retrato do rio como visão do paraíso

Houve amigos na viagem, evidentemente, que os meus amigos têm participado das minhas pequenas tragédias e atribulações há muito, muito tempo, mas também me seguem nas fugazes alegrias, e, sendo eles quem são, isso qualificou tremendamente a aventura; contudo, foi a paisagem, sem dúvida, que comandou os dias em que lá estivemos, assim como aquela imensidão de águas ordena a vida de todos em Santarém desde 1661, data de sua fundação por jesuítas.

Por que diabos nós, mulheres, ainda carregamos a casa nas costas?

Por que diabos nós, mulheres, ainda carregamos a casa nas costas?

Desigualdade. Opressão. Preconceito. Assim têm me destratado ao longo de uma vida. Elas, as ofensivas roupas do meu varal. Secas e prontas para ser recolhidas, anseiam por estar devidamente dispostas no armário. Querem urgentemente cumprir o ofício de vestir, vestir e vestir. Insatisfeitas com minha suposta negligência doméstica, lançam silenciosos e potentes insultos.