‘Indecente’, novo filme da Netflix, baseado em best seller é fiel às origens e comprova que de onde menos se espera é daí mesmo que não sai nada

‘Indecente’, novo filme da Netflix, baseado em best seller é fiel às origens e comprova que de onde menos se espera é daí mesmo que não sai nada

Maus livros podem se tornar excelentes filmes, mas o natural é que histórias descartáveis se transformem em filmes irrelevantes, e corra o risco quem quiser. O capitalismo, o malvado favorito da esquerda caviar, possibilita que nulidades como Nora Roberts se perpetuem numa carreira autoproclamada literária por quarenta anos até aqui, espalhando sua ignorância inclusive sobre assuntos sobre os quais apenas ouviu falar, por alto. Essa qualidade artística se reflete em “Indecente”, mas não julgue o livro pela capa, digo, o filme de Monika Mitchell pelo título. Assista, se puder.

Filme da Netflix sobre história real de um assassino em série prova que a vida pode ser mais assustadora do que a ficção

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Célula-mãe da sociedade, a família também experimenta seus descaminhos, adoecendo todo o corpo que a abriga. Lastimavelmente, muitas vezes se passam anos até que se detecte onde está esse tumor que apodrece o tecido social das formas mais abjetas que, por óbvio, só podem vir à luz pelas mãos de indivíduos cuja inteligência supera em muito a média da capacidade intelectual dos demais, malgrado empregada para fins perversos. Duncan Skiles capricha ao traçar o perfil do maníaco que protagoniza “O Assassino de Clovehitch”, um criminoso frio, como quase todos, mas que se destaca por detalhes que deveriam ficar restritos à intimidade, mas de que lança mão para extravasar seus ímpetos bestiais.

Favorito ao Oscar 2022, filme da Netflix expõe a ferida aberta da maternidade Divulgação / Netflix

Favorito ao Oscar 2022, filme da Netflix expõe a ferida aberta da maternidade

“A Filha Perdida” é o novo filme da Netflix, baseado na obra literária de Elena Ferrante, que teve adaptação para as telas por Maggie Gyllenhaal. Com uma interpretação avassaladora de Olivia Colman no papel principal, o filme narra o encontro de duas mães: uma experiente e outra de primeira viagem. Navegando entre presente e flashbacks, a produção extremamente angustiante quebra o mito do instinto materno.

O que restou da Semana de Arte Moderna de 1922

O que restou da Semana de Arte Moderna de 1922

O Brasil de hoje e que celebra o agronegócio é parecido com o Brasil da Velha República, antes de 1930. É a morte do modernismo, com imobilismo social e irrelevância perante o mundo. Antes era o café, hoje temos soja e carne bovina. A indústria definhou. Fato é que não se faz um país moderno só com isso — e muito menos sem cultura.