Existem filmes que, quanto mais esnobados pela crítica especializada, mais sucesso fazem junto ao público comum. Este é o caso de “Efeito Borboleta” (2004), que passa longe de ser mero exercício narrativo sobre um jovem adulto enfrentando problemas de aceitação da realidade ao passo que se descobre capaz de viajar no tempo. Decerto, o que estigmatiza o filme é sua natureza melodramática, que emprega a ficção científica como trampolim para o mergulho num tema nada óbvio.

Em “The Tender Bar”, George Clooney se debruça sobre os instantes de dor e beleza de uma família nada convencional, mas em muito parecida com outras tantas, mormente na contradição que seus afetos encerram. Tomando por centro da narrativa um boteco num lugar afastado de Nova York, o diretor consegue fazer de seu filme um registro a um só tempo doce e rascante sobre pessoas que a vida teima em querer separar, mas que mesmo assim continuam se amando.

Quem disse que a gente precisa de prova de resistência física, comer olho de bode e pegar um sol de 40° C durante um mês direto na pele sem protetor para viver no limite? Basta uma pressão psicológica, uma trilha de suspense e uma história intrigante, que a gente já corre para tomar um chazinho calmante, afinal, a vida já está uma loucura e a gente já vive como uma panela de pressão prestes a explodir.