Décimo filme de Wes Anderson ao longo de 25 anos de carreira, “A Crônica Francesa” é uma ode ao jornalismo e uma visão romantizada do mundo, apesar de suas agruras e sofrimentos. É um olhar otimista sobre o negativo ou pessimista sobre o belo. Difícil de ser explicado, a antologia narra quatro histórias, além da principal, que envolve o espectador, provoca sorrisos e muitas reflexões.
Ao narrar a história de Léon, assassino profissional que se torna o único esteio para Mathilda, filha de traficantes executados pela polícia, “O Profissional”, do diretor francês Luc Besson, acessara um terreno em que talvez jamais imaginasse entrar, mas escapa com vida do paredão do politicamente correto e ainda assombra os falsos puritanos 27 anos depois.
É possível fazer uma aproximação entre o romance “Robinson Crusoe” (1719), de Daniel Defoe, e o livro de memórias “É Isto um Homem?” (1947), de Primo Levi. Pois nada mais parecido com a vida num campo de concentração da Alemanha nazista do que o inferno de uma colônia europeia, a partir do século 16.
Na Escola Bayview, a morte trágica e misteriosa de um dos alunos, Simon Kelleher, durante a detenção, coloca todos em alerta. Um assassino está à solta e pode ser qualquer um, inclusive a novata que foi expulsa do colégio anterior por ter esfaqueado a professora de Inglês. Mas é pouco provável. As suspeitas se concentram no quarteto que também estava cumprindo castigo depois da aula.
Diretor zeloso que sempre foi, o escocês David Mackenzie confirma seu preciosismo, sobretudo ao tratar de assunto tão delicado e que lhe toca tão fundo, como a luta da Escócia por se livrar do jugo da Inglaterra no século 14. “Legítimo Rei” é uma mostra de o cinema pode mesmo ser muito bom em investigar eventos tomados pelas brumas densas do tempo e conferir-lhes novas cores e a capacidade de despertar o interesse de públicos até então inexplorados.
