O melhores livros lidos em 2023 (Euler de França Belém)

O melhores livros lidos em 2023 (Euler de França Belém)

Há anos prosas. Há anos poesias. Há anos proesias. E, claro, há outros — históricos, filosóficos etc. 2023 talvez tenha sido meu ano-poesia. Poesia, para mim, é religião, ainda que, por vezes, laica. Na Argentina é possível encontrar livros editados em Barcelona e Madri. Muitos livros. No Brasil, irmão caçula de Portugal, praticamente não encontramos livros editados na terra de Lídia Jorge e Sophia de Mello Breyner Andresen (de quem li o magnífico “Coral e Outros Poemas”, publicado pela Companhia das Letras).

O melhores livros lidos em 2023 (Carlos Willian Leite)

O melhores livros lidos em 2023 (Carlos Willian Leite)

2023 foi o ano que embaralhou meu roteiro: não atingi aquela meta sonora de 100 livros, mas quem disse que a vida segue um plano? Com a chegada do meu segundo pequeno milagre, aos 46 anos, as noites se transformaram numa ciranda inesperada, mas, mesmo no meio do caos de fraldas, consegui me embrenhar em uma maratona literária de 90 livros. Cada leitura foi uma porta para mundos diferentes, não só oferecendo um escape do cotidiano, mas também momentos de reflexão que ecoaram — e seguem ecoando — comigo, muito além das páginas.

O melhores livros lidos em 2023 (Tainá Corrêa)

O melhores livros lidos em 2023 (Tainá Corrêa)

Em 2023, eu li apenas livros de mulheres. Isso começou como uma brincadeira, um desafio que impus a mim mesma, após saber que uma amiga tinha adotado essa mesma ideia no ano anterior. Existiram momentos nos quais tive vontade de desistir — um ou outro homem chamou minha atenção. Contudo, me mantive fiel à decisão e isso me trouxe muita felicidade. Descobri escritoras extraordinárias, vivenciei tristezas, reflexões e diversão em um ano repleto de emoções.

O melhores livros lidos em 2023 (Veronika Topic Eleuterio)

O melhores livros lidos em 2023 (Veronika Topic Eleuterio)

O ano de 2023 foi bem agitado e polêmico no mundo literário, a feira de Frankfurt sofreu grande boicote por cancelar o evento de homenagem à escritora palestina Adania Shibli, que receberia o prêmio pela tradução de “Detalhe Menor”, obra que narra a agressão sexual e o assassinato de uma palestina por militares israelenses. No Brasil, dois escritores indígenas concorreram a uma vaga na Academia Brasileira de Letras, e o não eleito acabou por demonstrar publicamente o seu desconsolo.

Último dia para assistir ao filme mais bonito do catálogo da Netflix, um diamante para os olhos e os ouvidos Divulgação / Serendipity Point Films

Último dia para assistir ao filme mais bonito do catálogo da Netflix, um diamante para os olhos e os ouvidos

O enredo se desenrola em torno de duas figuras centrais: Dovidl Rapaport, um jovem prodígio do violino, e seu amigo e quase irmão, Martin. Ambos compartilham uma paixão pela música, mas são separados pelas vicissitudes da guerra e pelas escolhas dolorosas impostas por este período tumultuado. A busca de Martin por Dovidl, interpretados com maestria por Tim Roth e Clive Owen, respectivamente, é não apenas uma jornada física, mas também uma exploração emocional de suas próprias identidades e do legado da guerra.