Autor: Solemar Oliveira

A queda do corpo: entre Tolstói e Kafka, duas imagens do fim

A queda do corpo: entre Tolstói e Kafka, duas imagens do fim

A literatura muitas vezes encontra na dor um espelho profundo da existência. Em Tolstói e Kafka, o colapso do corpo revela mais do que sofrimento: expõe a fragilidade do ser. Esses dois autores não escrevem sobre a morte — escrevem sobre o abandono, o absurdo e a perda do sentido. Seus personagens vivem a transformação do cotidiano em agonia silenciosa. Neste ensaio, exploramos como esses mestres traduziram o fim em linguagem bruta e inesquecível.

Baumgartner, de Paul Auster: entre a existência comum e o legado dos gênios

Baumgartner, de Paul Auster: entre a existência comum e o legado dos gênios

Um homem vive entre a erudição e a solidão, preso às memórias de um passado que se torna mais real que o presente. Sua esposa, livre e brilhante, permanece viva na lembrança, enquanto ele tenta encontrar sentido na ausência. Entre a rotina e a reflexão, ele percebe que alguns são destinados a lembrar, enquanto outros são feitos para serem lembrados. O tempo não perdoa, e a genialidade, rara, escapa como areia entre os dedos. A vida, afinal, é uma dança entre os que movem o mundo e os que o sustentam.

Os Elixires do Diabo, de E. T. A. Hoffmann

Os Elixires do Diabo, de E. T. A. Hoffmann

E. T. A. Hoffmann se emparelhou a questões delicadas e margeou um abismo com sua filosofia indiscreta. Falar sobre um monge que se embriaga com um suposto elixir que pertence ao próprio diabo é um preâmbulo maravilhoso para discutir temas bastante relevantes de seu tempo: a sociedade burguesa, os títulos de nobreza, o poder do papa, os domínios claustrofóbicos e limitantes dos mosteiros, a arte, a música e os relacionamentos.

A Hora da Estrela: Clarice Lispector e a construção de um Prometeu literário

A Hora da Estrela: Clarice Lispector e a construção de um Prometeu literário

A literatura tem o poder de criar personagens que transcendem o papel, ganham vida e se tornam reflexos dos desejos, medos e angústias de seus criadores. Nesse sentido, a obra de Clarice Lispector apresenta uma narrativa em que o ato de criar é também um ato de revelar: o autor, o personagem e o próprio leitor. A protagonista dessa história, embora simples e silenciosa, representa a complexidade da existência humana, enquanto o narrador, envolto em suas inquietações, nos conduz por um jogo metalinguístico profundo. O resultado é uma trama que mescla crítica social, introspecção filosófica e o processo criativo em sua forma mais crua.

O Cupom Falso, de Lev Tolstói

O Cupom Falso, de Lev Tolstói

Tolstói nos convida a refletir sobre como pequenas ações podem desencadear desdobramentos devastadores. Sua narrativa expõe o impacto moral e social de decisões aparentemente insignificantes, traçando um paralelo entre a transgressão individual e suas repercussões coletivas. Com uma visão profundamente crítica sobre a fé, a justiça e a humanidade, o autor constrói uma história que vai além da ficção, apresentando uma poderosa alegoria sobre arrependimento e redenção. Ao entrelaçar personagens complexos e dilemas éticos, Tolstói cria um enredo que nos desafia a pensar sobre as bases da sociedade.