Autor: Ruth Borges

Mas afinal, o que querem as mulheres?

Mas afinal, o que querem as mulheres?

Além das emoções que se penduram de cabeça pra baixo numa roda gigante hormonal, há nas mulheres um universo de certezas sob as quais nenhum homem deve ousar atravessar. Perderá seu tempo ou sua namorada. Sua esposa, sua vida ou até sua mãe. Temos um radar sensível e sensato. Sobre as situações primordiais da vida estamos sempre certas. Isso não se discute, nem tente. É mais fácil arrancar-nos a cabeça, do que nossas convicções.

‘O que Pedro pensa de Paulo diz mais sobre Pedro do que Paulo’

‘O que Pedro pensa de Paulo diz mais sobre Pedro do que Paulo’

Uma das razões pelas quais algumas pessoas nunca se sentem felizes é porque estão a cuidar da vida alheia e pouco de si mesmas. Costumam não falar de suas próprias histórias, pois a verdade é que sua vida pouco lhes interessa. Estão bagunçadas demais intimamente. Olhar para dentro de si é um ato de muita coragem; e nem todos seguem dispostos a se enxergar com franqueza. Falar mal de alguém pode representar uma tentativa de desviar o foco sobre os próprios tormentos.

Cuidado com o vazio de uma vida ocupada demais

Cuidado com o vazio de uma vida ocupada demais

Estou dispensada do mundo. Por essa razão, preciso fazer algo muito importante: absolutamente nada. Almejo ser inútil nesse dia. Escorregar do sofá pra cama, da cama pro sofá. Não quero malhar os glúteos. Quero enchê-los de gordura trans e Coca-Cola. Quero ficar sozinha, despenteada, andando maltrapilha pela casa, vestida com o pijama rasgado que minha tia me deu no natal de 1990.

“Com as pessoas que nós inventamos, só teremos amores imaginários”

“Com as pessoas que nós inventamos, só teremos amores imaginários”

O que amamos no outro, muitas vezes, não é o que ele é, mas o que queremos que ele seja. E quando há decepção, a cortina se abre junto à sensação de que essa pessoa nunca existiu. Ela era uma construção do que desejamos encontrar em alguém. Era fruto do amor idealizado, impalpável, inventado. O amor que não se aproxima, não toca, não envolve, só existe no mundo das ideias. O amor que não suporta, não sobreleva, que não ousa se submeter ao outro.

‘Não se curem além da conta. Gente curada demais é gente chata’

‘Não se curem além da conta. Gente curada demais é gente chata’

Não se cure de rir alto, de cantar alto, de sonhar alto. Não apare todas suas arestas. Não apague todos os prejuízos. Não há necessidade de nos curarmos tanto de nós mesmos. Pra que tanto juízo? Pra que tanto conserto? Não se pinte além da conta, não se obrigue além da conta, além da vida. Mas sim, pague a conta por topar ser exatamente quem se é. Por que curar todos os pensamentos malvados, desvairados? Ninguém é todo deus ou todo diabo.