Autor: Ruth Borges

Todo mundo tem uma amiga louca

Todo mundo tem uma amiga louca

A condição para a amizade verdadeira é não ter tantas condições, é crer que certas pessoas carregam por nós, e nós por elas, um bocado de bem-querer. Um tipo de amor despretensioso, mas de força imensurável, capaz de afogar qualquer maré ruim. A amizade é a mais bonita das oportunidades humanas, é feito um lugar de se reconhecer, de saber quem se é.

Pego amor mesmo! Minha imunidade sentimental é baixa

Pego amor mesmo! Minha imunidade sentimental é baixa

Está no receituário das frases filosóficas da internet, está nos conselhos dos youtubers: Aconteça o que acontecer, não se apegue! O incentivo aos relacionamentos voláteis atuais tem disseminado a ideia de que é possível cruzar a vida sem se ater a urgência dos afetos e sentidos, ignorando sua convocação e seus inevitáveis atravessamentos de prazer e dor.

Todo mundo precisa crer em algo. Creio que vou tomar um vinho

Todo mundo precisa crer em algo. Creio que vou tomar um vinho

Ninguém precisa ser sommelier, enólogo, enófilo ou metido a besta para curtir as delícias que o vinho oferece. Beber vinho é permitir sentir que cada taça traz uma sensação, que provoca coisas diferentes. É simplicidade, é respeitar o paladar, o olfato. Ir navegando entre o gosto e o desgosto, até entender qual combina com você. No final, descobrimos que um bom vinho mesmo é aquele que nos agrada e ponto.

Agora você entende por que Peter Pan não queria crescer?

Agora você entende por que Peter Pan não queria crescer?

O lado lúdico nos permite amolecer as tijoladas da rotina, mas também ressurge para abrandar o desespero, as crises existenciais, emergenciais e todas as assombrações inventadas por nós. Enquanto esse lado sobreviver, estaremos mais ou menos protegidos por alguma alegria colorida. Seguros por uma insistência infantil que regula a vida, ao passo que nos regride alguns momentos, para que justamente possamos avançar.

Beijar vale mais do que uma boa dose de antidepressivos

Beijar vale mais do que uma boa dose de antidepressivos

Feche os olhos. Encoste uma boca na outra. Dá-me sua língua e saliva. Dou-te um universo de feromônios, cheiros e um gosto meu. Beijar é oferecer algo que nunca mais será seu. É permitir-se atravessar — ser engolido pelo céu de uma boca estrangeira, por onde perfilam os mistérios do outro: seu erotismo, sua maciez, sua calidez, ou todo avesso deflagrado num encontro incompatível.