Autor: Rebeca Bedone

Uma carta de amor às madrinhas Madrinhas

Uma carta de amor às madrinhas

Quando eu tinha dois anos e meus pais precisavam sair, eles me deixavam na casa dos meus tios. Eu dormia na cama deles, entre os dois. Meu tio ficava imóvel durante a noite porque tinha medo de se virar sobre mim e me sufocar. Naquela época, minha tia estava grávida pela primeira vez; ela conta que, depois que meu primo nasceu e eu perdi o lugar na cama dos “dindos”, fiquei, por algum tempo, emburrada.

Não espere seu pai ir embora para dizer que o ama

Não espere seu pai ir embora para dizer que o ama

Quando se tem o pai sempre por perto, ou mesmo se ele mora longe, mas se mantém presente, é comum se acomodar na segurança da sua presença. Mas repare que o pique dele já não é mais o mesmo de quando tinha tanta energia para trabalhar por várias horas seguidas, ou quando subia no telhado para consertar a antena da televisão. Hoje ele toma remédios, sente dores e tem o caminhar mais lento por causa da artrose; suas mãos já não são tão ágeis, e os fios de cabelos brancos, assim como a pele enrugada ao redor dos olhos, revelam que heróis também envelhecem.