Era Uma Vez em Tóquio: a velhice é a pior das doenças
“Era Uma Vez em Tóquio” não é apenas uma obra-prima do cinema. Trata-se de um legítimo tratado cinematográfico sobre as consequências cruéis do envelhecimento. Sobre como a presença física dos seres humanos podem desvelar um abandono sentimental que se esconde, fingido e hipócrita, sob a capa da tradição familiar. Para Ozu, importante não é o suspense do que está por vir, mas sim o que está acontecendo. Ou melhor: o que já aconteceu. Suas personagens são ineptas em compreender o presente, que só adquire significância quando convertido em um passado resignante, do qual a ninguém é dado escapar.