Now, I’m sixty-four ou só o amor e a arte nos salva!
Quando eu era jovem, imaginava a velhice com dois medos: perder a paixão pela música e, pior ainda, perder a audição. O tempo passou, cheguei aos sessenta e quatro anos, e sigo ouvindo, sentindo, vivendo música com a mesma intensidade. Mais que trilha sonora, ela foi companhia, abrigo, descoberta. Tudo começou em casa, com minha mãe cantando no quintal, na cozinha, no coração da infância. As canções ficaram gravadas na memória como quem grava afeto. E foi assim, entre Beatles, Chico e Roberto Carlos, que a música me salvou — e ainda salva.