Autor: Natália Walendolf

Jenna Ortega estrela filme ousado no Prime Video — o romance proibido que gerou debate na internet Zac Popik / Lionsgate

Jenna Ortega estrela filme ousado no Prime Video — o romance proibido que gerou debate na internet

Há filmes que provocam não por aquilo que mostram, mas pelo silêncio que insinuam. “A Garota de Miller”, de Jade Halley Bartlett, é um desses raros casos em que o verdadeiro impacto da narrativa está nas margens daquilo que é dito — ou, mais precisamente, na maneira como se escolhe dizer. Distante de qualquer leitura simplista sobre envolvimentos impróprios entre aluna e professor, o longa mergulha num território muito mais complexo: a gramática da manipulação afetiva, as simetrias imperfeitas do desejo e a desconcertante sofisticação do controle disfarçado de vulnerabilidade.

Favorito de 9 em cada 10 cinéfilos, filme de ação que convence até quem não gosta do gênero está na Netflix Divulgação / Summit Entertainment

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Há um tipo específico de silêncio que antecede uma tempestade — não o silêncio vazio, mas aquele que pulsa. “De Volta ao Jogo” opera exatamente nesse intervalo: não é apenas o retorno de um homem ao seu passado violento, mas o colapso inevitável de tudo que ele tentou enterrar. John Wick não entra em cena como o salvador de ninguém. Ele não quer redenção, não deseja heroísmo, tampouco se permite nostalgia.

Corra para ver a aventura incrível com Hugh Grant e Chris Pine que está prestes a deixar a Netflix Divulgação / Paramount Pictures

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Durante décadas, “Dungeons & Dragons” foi visto como um território intransponível para o cinema. Entre estatísticas, criaturas mágicas e tabelas de feitiços, o universo nascido nas mesas de RPG resistia a qualquer tentativa de adaptação que não soasse artificial ou simplista. O fracasso retumbante da primeira tentativa, no ano 2000, parecia ter selado a impossibilidade da empreitada.

A história mais linda e mais triste de amor, da literatura e do cinema, na Netflix Divulgação / Focus Features

A história mais linda e mais triste de amor, da literatura e do cinema, na Netflix

A redenção, em “Desejo e Reparação”, não é uma meta possível. É uma ficção tardia, formulada quando já não há nada a reparar. O filme, sob direção de Joe Wright, constrói um labirinto de arrependimento em que o tempo não apaga, apenas acentua o estrago. A personagem central, Briony Tallis, não é apenas a catalisadora da tragédia que atravessa o enredo: ela é a narradora que tenta, ao longo de uma vida inteira, reescrever os próprios erros por meio da linguagem.

Thriller policial com Nicolas Cage vai te deixar com os olhos vidrados e o coração na boca, na Netflix Divulgação / Lionsgate Films

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Há algo de particularmente incômodo quando o horror se esconde sob a aparência de normalidade — e mais ainda quando essa aparência é composta de neve limpa, ruas silenciosas e um céu que parece eternamente suspenso em uma luz pálida. “Sangue no Gelo”, filme dirigido por Scott Walker e inspirado em eventos reais, entra justamente nesse território: o de uma América congelada, literal e simbolicamente, onde crimes hediondos prosperaram por anos à margem da atenção pública.