Autor: Marcelo Franco

Bruno Covas: a coragem é a forma suprema da elegância

Bruno Covas: a coragem é a forma suprema da elegância

Por que sentimos tanto a morte de pessoas distantes, como o Bruno Covas? Sim, era um político conhecido e era muito jovem, mas me parece haver algo a mais. Eu diria que a elegância e a coragem nos tocaram a todos. Queremos nos crer sempre corajosos, mas o fato é que nunca sabemos como iremos reagir em situações adversas, falhos — humanos — que somos.

Náufragos sobre balsas de bambu

Náufragos sobre balsas de bambu

Tudo na vida é foco, não? Sim, e por isso vamos fixando posições nesta nossa triste existência, fingindo que não somos náufragos sobre balsas de bambu (com um tigre na outra ponta do barco ou da balsa, como no filme). Foco é um tipo de certeza; navegar, afinal, com ou sem tigres, é preciso, e viver não é preciso — não é preciso e dói, de uma dor doída, aqui no lado esquerdo do peito.

Nenhum Brasil existe e Minas não há mais

Nenhum Brasil existe e Minas não há mais

As facilidades da vida moderna (e, contraditoriamente, também as suas agruras) parecem ter tornado a pacata vida burguesa uma paisagem permanente. Já a arte contemporânea, em tudo oposição ao que faziam os mineiros, é esse grande pós-nada e, ainda assim, é best seller nas livrarias, lota cinemas e é vendida a preços estratosféricos nas galerias. Nosso tempo é o de vanglória por conta de textos de 280 caracteres.

Pedro Nava e o resfriadinho de 1918

Pedro Nava e o resfriadinho de 1918

Neste confinamento forçado, todos — inclusive o degas aqui — já escrevemos sobre o livrinho de Xavier de Maistre, “Viagem em Volta do Meu Quarto”. Virou clichê, assim como recordar Camus e o seu “A Peste”. É justo, é muito justo, é justíssimo, diria aquele personagem interpretado por José Wilker. Mas e Pedro Nava descrevendo a devastação da gripe espanhola? Nada, nadica, nonada? Pois faço aqui a merecida lembrança daquele que nos deu uma das nossas grandes obras em prosa.

Mil livros espanarei

Mil livros espanarei

Sempre que afirmo algo parecido, me aparece um sacripanta qualquer para sugerir a contratação de alguém que organize os tantos livros. Não respondo: quem confunde a opção de uma forma de vida com algum tipo de obrigação institucional que mesmo as bibliotecas privadas deveriam ter, segundo esses conselhos, entendeu pouco ou nada dos prazeres que tiramos dos nossos, digamos, desarranjos neuronais causadores do cacoete de acumulação.