Autor: Marcelo Mirisola

Coprofilia no século 21

Coprofilia no século 21

Digamos que o consumo e a veneração de um pote de merda duas vezes ao dia não só corrigiriam meu caráter como poderia salvar o planeta. A receita é bem simples: bastaria que tanto eu como a humanidade, criássemos o hábito de reciclar (comer) nossos respectivos produtos fecais diariamente, de preferência logo depois de o defecarmos, in natura. Ainda assim nossa fome não seria saciada.

Entregar nas mãos de Deus e esperar pelo pior Maksym Filipchuk / Dreamstime

Entregar nas mãos de Deus e esperar pelo pior

Liberou o chefe, liberou geral, à esquerda e à direita, e principalmente no Centrão. Tem para todo gosto: de farda, toga, jaleco, batina e cinta-liga, de poncho e quimono, tanto faz se vestem bermudão ou Armani; eles se liberaram, é uma orgia incontrolável: demônio de cocar e nu com a mão no bolso, dentro e fora do templo e do armário, de jet-ski, a pé ou à cavalo, eles brilham em púlpitos, palanques e nas arenas reais e virtuais, mas o que curtem mesmo é um particular, um off.

A era dos funks e selfs sem rede de esgoto e saneamento básico

A era dos funks e selfs sem rede de esgoto e saneamento básico

Pensei em algumas coisas a partir de duas entrevistas. Uma de Elon Musk, e outra de um cabeleireiro que diz que vai desfilar de Bolsonaro gay na Gaviões da Fiel. A escola de samba nega que seja Bolsonaro, diz que é um personagem de ficção, mas sabemos que a intenção é provocar uma resposta truculenta do presidente e/ou filhos ou aliados ou de algum maluco que eventualmente ameace ou coloque em risco a integridade física do cabeleireiro carnavalesco. Musk falava sobre a possibilidade concreta de estarmos nos “comunicando” telepaticamente daqui a cinco anos.

Mesa 5: sinopse de uma peça de teatro inédita

Mesa 5: sinopse de uma peça de teatro inédita

Temakeria, dr. José Carlos Moreschinni, implacável baluarte do Ministério Público Federal, acorrenta-se à sua mesa preferida, a número 5, na tentativa de impedir tal sacrilégio. No entanto, refém da armadilha que ele mesmo armou, vê-se obrigado a confrontar suas obsessões e segredos vergonhosos e inconfessáveis, encarnados em personagens que se sucedem e se sobrepõem, num diabólico tribunal noite adentro.

Um futuro de abraços, sol e uisquinhos

Um futuro de abraços, sol e uisquinhos

Extrair tesouros do lamaçal é moleza. Quero ver é ser feliz e fazer poesia ao mesmo tempo. Não sei se Vinicius chegou a tanto, mas passou perto. Aliás. Muito comum falar de Vinicius como se fosse um amigo, chamá-lo assim “Vinicius”: é essa intimidade que, a meu ver, aproxima a poesia da felicidade, e traz o leitor para mais perto da amizade do que da obra — como se ambas fossem a mesma coisa.