Autor: Larissa Bittar

Relações são vias de mão dupla. Quando não negligenciamos o outro, somos agraciados com amor

Relações são vias de mão dupla. Quando não negligenciamos o outro, somos agraciados com amor

Relações são vias de mão dupla. Dificilmente perseveram sem gentilezas mútuas (com exceção de casos em que há prazer na subserviência, apego extremo e dependência emocional). No entanto, até em relações saudáveis é comum que uma das partes caia no erro de esperar demais e retribuir pouco. Há os que acreditem ter o direito de receber carinhos que acalentam o coração no momento de dor.

O insistente dilema entre os prazeres de morar fora e a saudade dos que amamos

O insistente dilema entre os prazeres de morar fora e a saudade dos que amamos

É um cabo de guerra. De um lado a possibilidade de descobrir um mundo inexplorado e altamente convidativo. Do outro, o aperto que machuca o peito dos que optam por voar para longe do lar. Quem decidiu — por apreço à liberdade ou por necessidade — construir uma vida a milhares de quilômetros da cidade de origem conhece bem os conflitos que permeiam essa escolha. Algumas vezes há prazer em abrir a janela e enxergar a avalanche de novidades que reaviva a alma dos que trilharam caminho em direção oposta à zona de conforto.

A verdade é uma só: apenas os tolos acreditam em Deus

A verdade é uma só: apenas os tolos acreditam em Deus

No mundo das impressões apressadas, a crônica que falava sobre amor, escolhas e vontades ganha contornos de apologia ao aborto. O relato sobre a importância de valorizarmos a juventude e o tempo que escorre pelas mãos, é visto como desprezo à terceira idade. A ideia central estava ali, a dois minutinhos do título, ansiosa por ser notada. Com um pouco de disposição e paciência o indignado poderia perceber-se equivocado. Mas há prazer na indignação precipitada. É ela que faz o peito palpitar, entusiasmado pela oportunidade de ser combativo.

Não se sinta trouxa pelas expectativas criadas. Geralmente elas nascem de mentiras bem ditas

Não se sinta trouxa pelas expectativas criadas. Geralmente elas nascem de mentiras bem ditas

O mantra atual é o de que ninguém pode ser responsabilizado pelas expectativas alheias. É a regra do “cada um por si” que privilegia o não apego e, sobretudo, a ausência de comprometimento com o outro. Seria insano defender que devemos carregar nos ombros as dores e os sonhos dos que passam pelo nosso caminho e projetam sobre nós seus ideais fantasiosos. Mas arrisco dizer que raramente castelos são construídos sozinhos.