Autor: Larissa Bittar

A preguiça é inimiga da perfeição. Não há talento que resista à falta de empenho

A preguiça é inimiga da perfeição. Não há talento que resista à falta de empenho

É provável que não tenhamos ideia dos bastidores da consagração daqueles por quem nutrimos admiração (quis ser gentil e não usei o termo inveja). O médico renomado que abdicou de parte da juventude debruçado sobre livros e acordado em plantões. A bailarina ovacionada nos palcos do teatro municipal enquanto suporta as dores dos pés feridos. Os sapos engolidos pelo executivo de alto poder que começou no térreo da hierarquia. Os infinitos rascunhos rasurados do poeta premiado pelos versos bem sucedidos… Na coxia de cada vitória, há um enredo de luta trilhado na contramão do comodismo.

Ter uma melhor amiga é ter uma irmã para a vida toda

Ter uma melhor amiga é ter uma irmã para a vida toda

Basta um olhar e a mágica está feita: sem uma palavra sequer, com apenas a expressão do rosto ou um gesto singelo, você é compreendida da maneira mais genuína possível. Parece telepatia, mas é “só” profunda afinidade. É cumplicidade que extrapola a lógica e fortalece laços. Quem pode sempre contar com abraços que colorem dias cinza e sorrisos que celebram momentos de êxito conhece o maravilhoso privilégio que é ter uma melhor amiga.

Relações são vias de mão dupla. Quando não negligenciamos o outro, somos agraciados com amor

Relações são vias de mão dupla. Quando não negligenciamos o outro, somos agraciados com amor

Relações são vias de mão dupla. Dificilmente perseveram sem gentilezas mútuas (com exceção de casos em que há prazer na subserviência, apego extremo e dependência emocional). No entanto, até em relações saudáveis é comum que uma das partes caia no erro de esperar demais e retribuir pouco. Há os que acreditem ter o direito de receber carinhos que acalentam o coração no momento de dor.

O insistente dilema entre os prazeres de morar fora e a saudade dos que amamos

O insistente dilema entre os prazeres de morar fora e a saudade dos que amamos

É um cabo de guerra. De um lado a possibilidade de descobrir um mundo inexplorado e altamente convidativo. Do outro, o aperto que machuca o peito dos que optam por voar para longe do lar. Quem decidiu — por apreço à liberdade ou por necessidade — construir uma vida a milhares de quilômetros da cidade de origem conhece bem os conflitos que permeiam essa escolha. Algumas vezes há prazer em abrir a janela e enxergar a avalanche de novidades que reaviva a alma dos que trilharam caminho em direção oposta à zona de conforto.

A verdade é uma só: apenas os tolos acreditam em Deus

A verdade é uma só: apenas os tolos acreditam em Deus

No mundo das impressões apressadas, a crônica que falava sobre amor, escolhas e vontades ganha contornos de apologia ao aborto. O relato sobre a importância de valorizarmos a juventude e o tempo que escorre pelas mãos, é visto como desprezo à terceira idade. A ideia central estava ali, a dois minutinhos do título, ansiosa por ser notada. Com um pouco de disposição e paciência o indignado poderia perceber-se equivocado. Mas há prazer na indignação precipitada. É ela que faz o peito palpitar, entusiasmado pela oportunidade de ser combativo.