O que o Parkinson e a força de minha avó me ensinaram sobre a vida
Há duas maneiras de se encarar o fim. Uma é morrendo. A outra é recusando a primeira. Minha avó escolheu a recusa e tem bancado a escolha. Há 20 anos minha família se viu obrigada a conviver com a palavra “degeneração”. A nós, no entanto, foi destinada a parcela menos severa do problema. Minha avó foi forçada a aceitar a convivência de fato dolorosa. E aceitou. Não se trata de resignação. Esse termo não combina com quem resolveu lutar todos os dias pela vida, como se esta ainda fosse uma opção divertida. Mas até em gente assim, que consegue animar a mente enquanto o corpo dá adeus, o Parkinson é avassalador.