Autor: Larissa Bittar

Perdi a mega, mas descobri na virada do ano que a vida é uma riqueza que não se sorteia

Perdi a mega, mas descobri na virada do ano que a vida é uma riqueza que não se sorteia

Às 20h50 de 31 de dezembro de 2024, conferi o bilhete cuidadosamente guardado há dias na bolsa, e estava sacramentado: eu não havia ganhado na Mega da Virada. Ao menos, em alento paradoxal, não acertei nenhum número, afastando a agonia do “quase”. Sem o prêmio, restavam-me, portanto, pouco mais de três horas antes do novo ano para resolver todos os meus problemas nas sementes de uvas, nos gomos de romã e nas sete ondas. Lembrei-me de que estava em Goiás, e sobrou-me apenas a travessa de frutas para preparar o futuro.

Se você é feito de música, este texto é pra você

Se você é feito de música, este texto é pra você

Às vezes, no silêncio da noite, fico pensando: que graça teria a vida sem música? Sem ela, não há cor, nem leveza. Nos dias de festa ou nas madrugadas de pranto, o que seria de nós sem as canções que pintam o cotidiano? Quem nunca curou uma dor dançando ou finalizou um dia ruim ouvindo aquele clássico do sertanejo? Sejamos sinceros: mesmo quem critica o funk já fechou a noite se rendendo ao ritmo. Raul tinha razão, é melhor ser uma metamorfose ambulante do que manter sempre a mesma opinião.

Silvio Santos, o precursor da imortalidade

Silvio Santos, o precursor da imortalidade

Arrisco dizer que, desde o primeiro momento em que se tornou ciente de sua finitude, o ser humano procura fórmulas para vencê-la. A ciência tem conseguido prorrogar o tempo de vida, burlar vez ou outra as mazelas que nos aniquilam, desenvolver medicamentos, pesquisas, equipamentos que estendem nossa jornada. Mas seguimos presos à cláusula pétrea da existência, que determina que a morte não é negociável.

Aos pais que se foram

Aos pais que se foram

Em um primeiro pensamento, o pedido é para que o segundo domingo de agosto passe rápido. Que o dia seja generoso, permitindo-se ser breve. Que os ponteiros sejam aliados, dobrando as voltas a cada rodada no relógio velho de madeira que ainda lembra ele. Que a manhã do dia seguinte seja ousada e surja antes do previsto, anunciando um novo sol.

Ser mãe é bater de frente com a culpa e precisar prosseguir. É dar à luz e também nascer no parto

Ser mãe é bater de frente com a culpa e precisar prosseguir. É dar à luz e também nascer no parto

Há os que tentam explicar essa mistura de leoa que protege a cria rangendo os dentes ao mesmo tempo que a acolhe em braços ternos. Há quem tente nominar esse sentimento que impressiona e intriga. Mas é tolice buscar explicação para a intensidade que sustenta o mais nobre dos amores. É inútil querer entender. Ser mãe apenas é… é peito que chora com o choro da prole, é sono que some com o filho na rua, é sorriso que se alarga com o primeiro passo, o primeiro dente, o primeiro emprego e todo o resto que virá.