Somos contraditórios. Não aceitamos que nos prendam, mas não admitimos que nos soltem
Somos a certeza do que não queremos, a dúvida pelo caminho a seguir, o talvez que pende entre o sim e o não, mudando de acordo com o vento. Somos a conformidade dos dias cinzas, o corpo acolhido na cama, o cansaço tardio do tempo em que a vida cabia numa mochila. Somos uma mala remendada e bagunçada, remexida, precavida. Somos a leveza esquecida, a impulsividade amarrada, a risada contida, a paixão amornada.