A felicidade é uma meia cinza
Era segunda-feira. O dia amanheceu cinza. Eu estava um trapo. Mais parecia um pano de chão sujo, rasgado, pisoteado, cuspido por um dragão medieval com bafo ancestral. A alma encardida, mais densa que nuvem cúmulo-nimbo, mais empoeirada que chão do agreste. Era assim que eu me sentia. Mais um dia, mais uma semana, mais ônibus cheios, mais engarrafamento, mais chefe, mais boletos. Era só mais uma segunda-feira como todas as outras, só que fria e cinza.