Autor: J.C. Guimarães

E o Brasil compreendeu um pouco de si mesmo. Um Oscar por isso!

E o Brasil compreendeu um pouco de si mesmo. Um Oscar por isso!

Uma história sobre memória, resistência e esperança emocionou milhões de brasileiros e conquistou o reconhecimento internacional. Ao reviver um dos períodos mais sombrios da nossa história recente, o cinema nacional trouxe à luz cicatrizes profundas ainda não curadas. Mais do que um prêmio, celebrou-se a capacidade de um país refletir sobre si mesmo e se reconhecer nas telas. Foi uma conquista cultural, artística e coletiva, capaz de mobilizar toda uma nação. A vitória é de todos nós.

2022: o golpe que tropeçou num delírio

2022: o golpe que tropeçou num delírio

O golpe civil-militar de 2022, arquitetado por bolsonaristas segundo a Polícia Federal, revelou-se um fracasso sustentado por uma desconexão profunda com a realidade. Amparado por delírios conspiratórios e crenças infundadas, o movimento expôs as fraquezas de seus agentes, incluindo figuras proeminentes como os generais Braga Netto e Augusto Heleno. Ao longo da história republicana, os motivos para golpes variaram de ambições pessoais a ideologias redentoras. No entanto, o caso de 2022 trouxe à tona um novo elemento motivador: o delírio coletivo.

Thomas Bernhard, o filho ingrato da Áustria e a precária arte da sobrevivência

Thomas Bernhard, o filho ingrato da Áustria e a precária arte da sobrevivência

Thomas Bernhard (1931-1989) parece ser o filho ingrato da Áustria, embora seu grande divertimento não seja propriamente destruir a reputação do seu país, e sim do Estado austríaco — em especial a Áustria católica dos Habsburgo e sua herança, condenadas de maneira implacável. Reger é, assim, legítimo herdeiro de Bernhard, comprovando que a biografia é quase sempre o ponto de partida da ficção (a exemplo de Hemingway, de Joseph Conrad e muitos outros).

Inconformismo e negação em Dag Solstad

Inconformismo e negação em Dag Solstad

Autor de extensa obra literária (mais de 30 livros), Dag Solstad publicou aos 47 anos o surpreendente “Romance 11 livro 18”, editado no país por uma pequena editora, a Numa, em 1997. É, portanto, obra de um autor maduro, no pleno domínio de seu metier. A tradução ficou a cargo de uma expert também norueguêsa que se instalou no Brasil, Kristin Lie Garrubo. Podemos, portanto, confiar nas equivalências linguísticas, das quais muito depende o crédito da ficção literária.