Autor: Giancarlo Galdino

Baseado em uma obra-prima de Stephen King que vendeu 20 milhões de exemplares, suspense de fantasia acaba de estrear na Netflix Divulgação / Universal Pictures

Baseado em uma obra-prima de Stephen King que vendeu 20 milhões de exemplares, suspense de fantasia acaba de estrear na Netflix

ouve um tempo em que Stephen King era fascinado por crianças. “Chamas da Vingança” junta em uma história as obsessões habituais do escritor a um ligeiro mal-estar diante de infâncias traumáticas, remetendo o espectador de imediato a sucessos do calibre de “O Iluminado” (1980) ou “Carrie, a Estranha” (1976), as adaptações fílmicas para dois best-sellers kinguianos, a cargo de Stanley Kubrick (1928-1999) e Brian De Palma, respectivamente. Aqui, Keith Thomas reacende uma história de quatro décadas, empenhado em disfarçar a impressão de que se trata apenas de honrar um contrato desfavorável, bem-amparado pelo roteiro de Scott Teems.

O filme que levou 100 milhões de pessoas aos cinemas e faturou 2,6 bilhões acaba de chegar à Netflix Divulgação / Paramount Pictures

O filme que levou 100 milhões de pessoas aos cinemas e faturou 2,6 bilhões acaba de chegar à Netflix

Em “Além da Escuridão — Star Trek”, J. J. Abrams continua a surfar a onda infinita dos remakes, prequelas, reboots e quantos nomes mais se quiserem dar às reedições de histórias que tiveram seu tempo e deveriam ter se submetido à passagem dos anos, mas que, pela força de propósitos outros que não os artísticos, voltam com carga redobrada para alegria dos fãs e de mais ninguém. O roteiro, de Alex Kurtzman, Damon Lindelof e Roberto Orci, sofre de um engessamento até previsível, uma vez que não tem mesmo muito para onde correr; entretanto, duas excelentes atuações garantem algum frescor.

A obra-prima de Tim Burton, que lembra Harry Potter e As Crônicas de Nárnia, é o melhor filme que estreou este mês na Netflix

A obra-prima de Tim Burton, que lembra Harry Potter e As Crônicas de Nárnia, é o melhor filme que estreou este mês na Netflix

“O Lar das Crianças Peculiares” não deixa de ser o encadeamento de memórias de um garoto que sente a falta de quem amou e não se conforma com essa perda. Muito à vontade num território que conhece como poucos, Tim Burton traduz em imagens o romance homônimo publicado por Ransom Riggs em 2011, sem abdicar do encantamento do que Riggs apenas sugere. O roteiro de Jane Goldman se concentra nas descobertas de Jacob Portman, repentinamente sozinho depois que o avô morre, mas, como tudo sempre tem uma compensação, é por meio dele que o protagonista desvenda um segredo de quase oito décadas, muito bem-guardado ao longo dos anos.

Baseado em um conceito de Martin Heidegger, filme da Netflix vai bugar seu cérebro e te fazer questionar o sentido da existência Divulgação / Sundance Institute

Baseado em um conceito de Martin Heidegger, filme da Netflix vai bugar seu cérebro e te fazer questionar o sentido da existência

O enredo de “Advantageous” não é tão diferente de muitos filmes sobre a condição feminina, salvo por incluir na equação a inexorabilidade dos avanços da ciência, uma bênção e um flagelo a depender de quem os conduza. Numa narrativa toda pontuada por tipos femininos, a sino-americana Jennifer Phang desdobra o episódio de “Futurestates” dirigido por ela em 2012, concentrando-se na natureza distópica, fortemente imbricada a uma abordagem emocional.

Raramente um filme te emocionará tanto: uma história de superação que deixará lições de vida inesquecíveis, na Netflix Divulgação / Lionsgate Films

Raramente um filme te emocionará tanto: uma história de superação que deixará lições de vida inesquecíveis, na Netflix

Talento é decerto uma das recursos mais maldistribuídos do mundo. A trajetória de Kurtis “Kurt” Eugene Warner, ex-quarterback do Arizona Cardinals, do New York Giants e do St. Louis Rams, vem como um foguete em fim de campeonato no tocantemente perspicaz “American Underdog” (“azarão americano”, em tradução literal). A biografia de Warner elaborada por Andrew e Jon Erwin tem o condão de agradar àqueles que não morrem de amores pelo esporte da bola oblonga (nem por esporte nenhum) uma vez que tira o véu da mitificação tão própria dos ídolos e os trata feito gente de carne e osso.