Autor: Giancarlo Galdino

Um ex-fuzileiro naval rabugento é a encarnação do isolamento em “A Ilha”, de Stephen Campanelli, até que esse gosto desmedido por afastar-se de tudo e de todos degringola em psicopatia e morte, lembrando-nos de que não somos assim tão perfeitos quanto imaginamos, e que se levarmos adiante essa intenção de passar por cima de nossa essência torturada e vendermos a ideia sabidamente enganosa da excelência em tudo, ela emerge e toma o controle, espalhando sem clemência dor e sofrimento por todo lado.

Ultimamente, tramas como “Assalto Brutal”, ricas em detalhes às vezes não muito explícitos do estado paranoico que vigia na Polônia até o fim dos anos 1990, quando o regime comunista fez água, tem dominado a novíssima cena cultural polaca, o que pode ser apreendido sob duas perspectivas diametralmente opostas. Se por um lado parece se estar diante de uma orquestração artística para um possível acerto de contas de uma nação consigo mesma, por outro, o cansaço do tema pode colocar tudo a perder, afastando-se quem anseia justamente por uma lufada de renovação.

Resta pouco das histórias publicadas por Michael Crichton (1942-2008) e absorvidas por Spielberg em “Jurassic World: Domínio”, e isso não é ruim. Colin Trevorrow acerta ao oxigenar o universo spielberguiano incluindo novos personagens e novas subtramas, dando a sua interpretação quanto ao interesse do público pelo destino da humanidade diante de raivosos monstros pantagruélicos, também acuados por estar num mundo a que não mais pertencem.