Autor: Giancarlo Galdino

Candidato ao Oscar, novo filme da Netflix é um nocaute do cinema que agarra o espectador e não solta

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“Tick, Tick… Boom!” agrada tanto quem gosta — e entende — de musicais da Broadway quanto quem se atrai pelo inegável talento de Andrew Garfield, posto à prova em filmes tão díspares como os da franquia “Homem-Aranha” e “Até o Último Homem” (2016). No musical do aclamado Lin-Manuel Miranda, queridinho do teatro americano, Garfield se mostra à altura do compositor Jonathan Larson (1960-1996), gênio atormentado que só queria viver de sua arte.

Um filme magnífico e hipnotizante acaba de estrear na Netflix Divulgação / Paramount Pictures

Um filme magnífico e hipnotizante acaba de estrear na Netflix

As comparações entre “Rocketman” e “Bohemian Rhapsody” são de fato inevitáveis. Debruçando-se ambos sobre a vida de dois astros de primeira grandeza da música no século 20 — e tocados pelo mesmo diretor —, os filmes são, no entanto, muito diferentes entre si, uma vez que em “Rocketman” Dexter Fletcher literalmente dá asas para que seu Elton John voe alto na pele de Taron Egerton, que domina um personagem tão ariscamente denso como poucos atores são capazes, conferindo ao filme a aura de musical pop irresistível.

O filme violento e cativante da Netflix que levará você a uma viagem de beleza e dor

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Cruzamento de três histórias distintas, cujos personagens e suas situações tão particulares erigem uma narrativa singular, “Adú” (2020) retrata o drama do personagem-título, forçado a deixar Camarões, país no centro da África, sua terra natal, mas também o de guarda-florestal que entende mais a mente de criaturas pantagruélicas que a da própria filha e, por fim, as desventuras de um agente da patrulha espanhola, cujo trabalho redunda de interromper o sonho mesquinho de uma horda de desgraçados.

Um dos melhores filmes de suspense do século 21 é indiano e está no catálogo da Netflix

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Um thriller que se propõe a aventar hipóteses sobre como será a vida de uma mulher que se descobre subitamente sem marido e grávida dele poderia ser no mínimo enfadonho, mas em se tratando de uma produção indiana, qualquer especulação ligeira é um atalho para o equívoco mais imperdoável. “Kahaani” (2012), de Sujoy Ghosh, se vale das cores, das luzes, das texturas incontáveis da Índia enquanto apresenta ao público uma narrativa cujo caos é milimetricamente pensado, a fim de dar a sensação tão benfazeja de que aquela é mesmo uma história autoral.