Autor: Giancarlo Galdino

Filme da Netflix, implacável, violento e realista, não deixará você ser o mesmo depois de assisti-lo

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A exploração de jovens mulheres africanas, negras e miseráveis, por estrangeiros que fazem delas máquinas de ganhar dinheiro mediante o aluguel do que têm de mais precioso é o tema de “Joy”, drama em que a diretora, a austríaca-iraniana Sudabeh Mortezai, pontua toda a narrativa por relatos verídicos, sobre os quais seu filme se aprofunda, expondo uma realidade de abuso e violência em que essas mulheres são enredadas. Em alguns casos, para sempre.

Ousado, erótico, confuso, hipnotizante e catártico, o filme na Netflix que vai fazer você procurar um analista

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Ninguém é gênio por acaso, e para se chegar à perfeição é necessário uma porção de fracassos. Dando sequência a suas teses sobre as obsessões sexuais do homem, o inegavelmente talentoso Lars von Trier tropeça em “Ninfomaníaca — Volume II”. O filme tem passagens memoráveis, as elucubrações filosóficas de Von Trier são interessantes, mas ter se estendido tanto sobre um tema já destrinchado exaustivamente no primeiro segmento se revela um erro lamentável, apesar de algumas performances francamente boas.

Thriller psicológico da Netflix é um grande quebra-cabeça que vai deixar você sem fôlego tentando encaixar as peças

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A angústia de passar a vida num orfanato, sem saber quem é, completamente à deriva, volta a assombrar um órfão justamente quando sua vida tem uma chance de virada. Isso é o que se pode dizer depois de uma avaliação muito apressada de “A Próxima Pele”, que é muito mais que apenas isso. Cheio de reviravoltas, no filme de Isaki Lacuesta e Isa Campo é impraticável afirmar se este ou aquele personagem age dessa ou daquela maneira porque obedece à sua natureza ou se visa a algum outro resultado, mistérios que a história só revela no momento propício.

Engraçado e original (e tendo Roma como cenário), comédia italiana sobre a busca do amor é o filme mais subestimado de 2022

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O amor é sempre venturoso? Na verdade, amar é quase sempre um não acabar de incertezas, de hesitações, de previsões que nunca se concretizam, de medo pelo que pode ser e pelo que não pode ser também. “Mesa para Quatro” consegue mostrar o desespero que nos colhe à medida que nos assumimos reféns de um sentimento que nunca chegaremos a conhecer bem e que ainda nos joga na cara que poderíamos ter sido mais felizes se tivéssemos amado dessa ou daquela forma, e outras pessoas.

O filme fascinante e desconcertante que revela tudo o que está por baixo da superfície de todos nós

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Contando uma história que permeia diversas abordagens valendo-se de um realismo de gelar o sangue, David Lynch elabora uma sátira ao american way of life, o jeito americano de se viver, repleto de excessos, sexo, violência, desvirtuamentos do direito individual à liberdade, uma obsessão ianque desde a fundação dos Estados Unidos, em 4 de julho de 1776. Mais de dois séculos depois, “Veludo Azul”, à moda lynchiana, se debruça sobre as bizarrices da América, dispondo sexo e violência num mesmo tabuleiro.