“Yaksha: Operação Implacável”, do sul-coreano Nah Hyeon, serve um banquete para quem aprecia o gênero; já o espectador que não tem afinidade com filmes tão, digamos, idiossincrásicos, pode não voltar e desenvolver uma reserva injusta quanto ao excelente cinema da Coreia do Sul. Um perigo.
Para se vencer na vida, e necessário antes vencer algumas das questões que ela nos lança ao rosto, inclusive as fisiológicas. Peter Sollett vai atrás justamente dessas respostas na pele de seus protagonistas em “Metal Lords”, uma comédia dramática que apresenta a catástrofe de se ser adolescente a qualquer tempo, não importa em que lugar do mundo se esteja, tendo apenas a boa e velha guitarra por companheira.
Entender o mundo, um ambiente cada vez mais hostil, como um lugar em que todos partilham das mesmas emoções e de necessidades semelhantes, e que se frequentam, como bons vizinhos é um exercício e tanto de imaginação. Pessoas raras como Fred Rogers o conseguiram, e “Um Lindo Dia na Vizinhança”, de Marielle Heller, nos permite ter alguma ilusão de que gente como Rogers volte a ter algum espaço num mundo talvez findo para sempre.
Sonhar não custa nada, e os sonhos costumam buscar até quem mora em outra dimensão, mas para realizá-los, há que se ter, além de muita vontade, trabalho duro, boa dose de resiliência e sangue frio para passar por cima das tantas dificuldades que se impõem estrada afora.
O mal grassa no mundo desde o princípio, pouco depois do Verbo, e nunca existiu homem capaz de contê-lo, uma vez que o mal vem muitas vezes do próprio homem. O que é desejável no gênero humano é que assuma que o diabo faz das suas e o combata, valendo-se das armas certas, como mostra “O Ritual”, do sueco Mikael Håfström.
