A humanidade sempre pautou sua história por conflitos, cada vez mais sangrentos e fruto de uma postura de intolerância que só faz se agudizar. “Retratos de uma Guerra”, do lituano-americano Marius A. Markevicius, é mais um filme a reportar os horrores de um tirano ao longo da Segunda Guerra Mundial, mas tem o condão de ser suave, justamente por preferir dar mais espaço à poesia que ao sangue.
Clint Eastwood é a América que deu certo. Prestes a celebrar 92 anos de uma vida extraordinária, e a plenos pulmões, o diretor soube como nenhum outro artista em Hollywood conduzir uma carreira polissêmica por excelência, sinônimo de cálculo, empenho, serenidade e glória, nessa ordem, e ao se aventurar pela primeira vez no comando de um trabalho de fôlego, caso de “O Estranho sem Nome”, Eastwood já dava sinais de que iria longe também nesse ramo da carreira. É por essas e outras que todos querem ser Clint Eastwood.
A infância, território paralelo na vida do homem adulto, cheio de obrigações — e sufocado por elas —, permanece no inconsciente de cada um, ditando, de alguma maneira, nosso comportamento diante de situações as mais diversas. “O Orfanato”, do espanhol Juan Antonio Bayona, defende essa tese, aproveitando para também se estender sobre o que há verdade e de falso no mundo do misticismo.
Sentimento mais triste e mais cantado na história da música, o ex-amor se reveste da sua própria natureza. O amor que se finda não se metamorfoseia em ódio, necessariamente, tampouco em indiferença, e isso o que mostra o diretor dinamarquês Janus Metz Pedersen em “All the Old Knives”, jogando por cima o véu diáfano das investigações de Estado, que esconde muito menos do que pensa.
Só aos deuses é permitido chegar ao Olimpo da glória, e mesmo assim, pagando-se um preço às vezes escorchante. O sucesso nos demanda empenho, dedicação, intelecto apurado, sensibilidade sempre límpida e, no caso dos bailarinos, força física e capacidade de lidar com colegas que os querem ver no chão, literalmente. Com “As Garotas de Cristal”, o espanhol Jota Linares oferece ao público sua cota de sacrifício martirizando sua protagonista, a encarnação perfeita da dança e da arte.
