Autor: Giancarlo Galdino

Do jeito que a coisa vai, assistir a filmes como “Aniquilação” serve para que, no mínimo, nos preparemos com um pouco mais de calma, num exercício entre narcísico e masoquista, para o fim dos tempos, o fim merecido da espécie humana, do homem que sabe que sabe e insiste em fingir não saber. Alex Garland usa o argumento da destruição da natureza, que se vinga, para dar esse alerta. Ainda que possa ser tarde demais.

Boas histórias de suspense têm de, obrigatoriamente, sustentar a atmosfera de eventos que se sucedem sem muito controle e sobre os quais ninguém pode dizer quase nada. Wes Craven, craque na modalidade, faz de “Voo Noturno” uma dessas tramas que reúnem mistérios inconfessáveis acerca da vida íntima de alguns personagens que, suspeita-se, podem definir o futuro de uma nação.

Um motorista sem nome e que parece não ter vida também. Fugir é a profissão que exerce com zelo, contando com a perícia ao volante de um Mustang GT 5.0. Se durante o dia, aproveita a adrenalina sobressalente do trabalho como dublê de filmes de ação para exorcizar seus fantasmas, à noite ele os faz reencarnarem, a fim de poder ganhar mais algum.

Baseado numa série de tevê e com Sandra Bullock liderando o elenco, “Imperdoável” é um emaranhado de histórias, uma mais triste que a outra, todas conduzindo a um mesmo caminho, guiadas pela mesma personagem. Lançado em dezembro de 2021, o filme da diretora alemã Nora Fingscheidt começa mesclando imagens de flashback com registros atuais, em que se denota a batalha de uma mulher por recobrar sua própria vida.

A necessidade de ser aceito, querido, amado pauta a vida do homem desde cedo. Ainda no ventre da mãe, a criança chuta, querendo atenção, como se perguntasse o que teria de fazer para ser notada. Em “O Homem Sem Gravidade”, o italiano Marco Bonfanti explora o dom excepcional de um personagem, que poderia fazê-lo maior do que o resto dos homens e enxergar a todos de cima para baixo, mas que, ao contrário, só o torna ainda menor.