Autor: Giancarlo Galdino

Um casal enfrenta suas próprias dificuldades, enquanto se depara com velhas questões de relacionamentos anteriores. Uma vez que a atmosfera de conflitos cede espaço a condições de maior harmonia, sonhos são retomados, mas nem sempre a vontade de realizá-los é de igual força para os dois. O diretor argentino Sebastián Schindel lança mão dessa ideia em “O Filho Protegido” a fim de elaborar as diferenças da vida a dois, que redundam em ameaça para quem deveria encontrar abrigo nesse contexto.

Robert Eggers gosta de provocar no espectador sensações que o transportem direto para a atmosfera de terror e desajuste mental que sempre há em seus filmes. No caso de “O Farol”, não se trata só de tecer excelentes metáforas sobre a loucura; o diretor quer que o público exceda seus limites, valendo-se para tanto de recursos cinematográficos de alta qualidade, como o design de som e a fotografia.

Brincando com imagens caras ao cinema desde “A Malvada” (1950), de Joseph L. Mankiewicz, em “The Perfection” o diretor Richard Shepard reprisa um dos argumentos mais fortes já usados no cinema, optando por deixar o público à deriva ao longo de grande parte do filme. O roteiro, escrito por Shepard, Eric C. Charmelo e Nicole Snyder faz questão de enaltecer algo de sujo, cuidadosamente oculto por trás da aparente meiguice de alguém acima de qualquer suspeita.

As relações entre políticos, os vilões ideais, e profissionais de imprensa, sempre na corda bamba, balançando de um para o outro lado, costumam não fazer feito, especialmente em suspenses. Em “Intrigas de Estado”, Kevin Macdonald faz uso dessa premissa e leva à tela uma boa história do gênero, ainda que prejudicada pelos tantos chavões.

É difícil, talvez seja mesmo impossível esquecer um grande amor que se acaba, e há quem nunca o deixe viver, mesmo depois de finado. “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças” é uma das histórias de amores mortos mais emblemáticas do cinema. Levada à tela pelo francês Michel Gondry, essa ficção científica romântica encanta por sua singeleza, ao passo que elabora saídas nada óbvias para o conflito que anuncia.