Autor: Giancarlo Galdino

Líderes carismáticos sempre fascinaram a humanidade, seja dando alguma colaboração quanto a fazer do mundo um lugar um pouco menos intragável, seja se dedicando com primor especial justamente ao oposto. Por essa razão, modelos políticos ultrapassados continuam a seduzir muita gente — inclusive muita gente jovem — ainda hoje. Tentando encontrar a lógica por trás desse despautério, o alemão Christian Schwochow levanta a bola da polêmica em “Je Suis Karl”, decerto esperando que o espectador ache a resposta para tanta falta de cordura. E ela existe.

Assistir a certos filmes de ação só faz crescer em nos a certeza de que tipos durões só precisam mesmo é ser amados. Encontrar a mulher ideal, capaz de compreender suas paranoias, suas manias de perseguição, seus eventuais achaques de ranzinzice, precisamente aquela, a única que os conduz do inferno ao céu com um sorriso incomparável, que derrete qualquer torre de marfim. Esse seria o mocinho perfeito para Tom Cruise, não fosse a evidência indiscutível de que em “Jack Reacher — O Último Tiro” o diretor Christopher McQuarrie faz questão de manter seu anti-herói enfezado como no livro de que saiu, sempre à procura de uma boa encrenca.

Sem querer afrontar a crença de ninguém, mas é, sim, possível usar o dinheiro para o bem: é exatamente isso o que pretende o bilionário sobre quem a trama de “Esquadrão 6” se desenrola ao empenhar parte de sua fortuna na tentativa de destronar o tirano que comanda um país fictício da Ásia Central. A alegoria despretensiosa de Michael Bay — inserida em meio a sequências repletas de movimento, tiros e perseguições automobilísticas — se mantém pulsante até o desfecho, contrapondo crítica e público.