Autor: Giancarlo Galdino

Qualquer tentação quanto a se conferir algum verniz de glamour ao crime deve ser imediatamente refutada. Contudo, é inquestionável que o sentimento amoroso traz o facínora para mais perto do homem íntegro, e muitas vezes até o recupera. Este não foi o caso de John Herbert Dillinger Junior, um dos ladrões de banco mais procurados dos Estados Unidos na primeira metade dos anos 1930, porém se podemos falar em legado quando se trata de um criminoso, Dillinger, morto aos 31 anos, em 1934.

É provável que tenha sido o novelista russo Liev Tolstói (1828-1910) a escrever a história de amor mais triste de todos os tempos. Tolstói enfrenta uma concorrente de peso quando o assunto é escandalizar almas pias diante de amores malfadados. É o que se assiste em “Effie Gray: Uma Paixão Reprimida”, filme do britânico Richard Laxton que retrata o fracasso de um casamento, em boa parte por causa do respeito aos costumes do século 19.

Matt Ross quase levanta essa pletora de questões em “Capitão Fantástico” e da mesma forma quase as responde, mas falta a seu filme uma generosa dose de crítica a esses modelos de educação — autoritários, despóticos, castradores, liberticidas —, ou assumir como todos os pês e bês que essa mesma sua visão de sociedade perfeita, um paradoxo em si.

Ao longo de quarenta anos, Rambo, a célebre persona fílmica incorporada por Sylvester Stallone de tempos em tempos, volta com tudo em “Rambo: Até o Fim”, em que Adrian Grunberg resgata sem nenhum constrangimento a memória de um ícone da cultura pop que sobrevive à história, não exatamente por seu próprio mérito, mas por causa da natureza belicosa do homem, que nunca vai mudar.