Autor: Giancarlo Galdino

A história do traficante Jakob Otto, o Buba, fica especialmente saborosa graças a Bjarne Mädel, que sabe dar a seu personagem as nuanças de asco e ingenuidade que se tornaram sua marca registrada. Arne Feldhusen aproveita o sucesso de Buba, comprovado em “Como Vender Drogas Online (Rápido)”, de Matthias Murmann e Philipp Käßbohrer, e dá a ele um filme para chamar de seu, em que Mädel corresponde às expectativas em torno de seu trabalho enquanto se renova.

A genialidade de Chung Mong-hong em “A Sun” ensina que, de fato, o sol pode ser o que há de mais justo no mundo, mas só pode iluminar e emprestar seu calor a ambientes que se abram para ele. Corremos o risco todos, orientais ou não, de ficarmos para sempre retidos no torvelinho de covardia, ignomínia e misérias pessoais que varre a existência do homem de tempos em tempos desde sempre, maldição para a qual a única cura ainda é o gasto e redentor livre-arbítrio.

Filho dileto de um cenário de contestação política, degradação moral e loucura no estado da arte, o Mötley Crüe foi uma das bandas de rock mais simbólicas do que rapagões e mocinhas de mais de quarenta anos atrás queriam ser, e o diretor Jeff Tremaine, conhecido pela franquia “Jackass”, tenta captar o espírito daquele tempo na cinebiografia “The Dirt — Confissões do Mötley Crüe”, optando por dourar a pílula da verdade com passagens inconfessavelmente delirantes.

Mais de sete décadas desde o lançamento da versão mais conhecida de uma história infantil para o cinema, Rupert Sanders, como recomendava Disney, abusa dos efeitos especiais ao recriar a lenda da princesa de pele alva, lábios encarnados como sangue e cabelos negros feito a plumagem de um corvo e prova com “Branca de Neve e o Caçador” que somando mais drama, realismo e mordacidade a um enredo meio gasto, o mito da heroína ainda pulsa.