Autor: Giancarlo Galdino

Novo filme de romance da Netflix vai deixar sua alma mais leve Riccardo Ghilardi / Netflix

Novo filme de romance da Netflix vai deixar sua alma mais leve

Mark Steven Johnson faz o que está a seu alcance quanto a imaginar o sentimento amoroso para um pouco mais longe que o delírio. Seu “Amor em Verona” (2022) aposta boa parte das fichas em sequências confessadamente pensadas a fim de pegar o espectador pelos olhos — e quem ousa reclamar? —, nos diálogos que já supomos quando se trata de exaltar a mais humana das emoções e na parceria afinada de seus protagonistas, bons por si sós, melhores juntos.

Suspense psicológico na Netflix é um dos filmes mais perturbadores da história do cinema

Suspense psicológico na Netflix é um dos filmes mais perturbadores da história do cinema

“O Orfanato” tem as duas bombas, a que explode de uma vez e a que demora o tempo necessário para apavorar o público. Brincando com o conceito de verdade versus delírio, o diretor Juan Antonio Bayona sequer deixa claro se seu enredo é mesmo uma história de espíritos que não conseguem abandonar o mundo da matéria e rumar para o além, atormentados por gente que também queria ter ido, mas permanece viva, ou nada além de simples alucinação.

O filme na Netflix que vai fazer sua alma transbordar

O filme na Netflix que vai fazer sua alma transbordar

Ozan Açiktan compõe outro de seus belos contos sobre a vida e seus pseudodilemas em “My Mother’s Wound” (2016), que como o título (não) diz, se refere a pesares de uma família inteira, transmitidos de geração em geração como uma praga cheia de suas artimanhas pronta para ser erradicada, desde que se disponha dessa vontade, que se mantenha o passado bem longe da nova vida que se quer. E esse, claro, é o verdadeiro xis do problema.

O filme da Netflix que gera tensão ininterrupta e fará você se contorcer de frente pra TV Divulgação / Netflix

O filme da Netflix que gera tensão ininterrupta e fará você se contorcer de frente pra TV

“Tempo de Caça” talvez não chegue tão longe em suas pretensões filosóficas — e nem tem obrigação alguma disso —, mas, colateralmente, o diretor sul-coreano Yoon Sung-hyun erige um drama com raízes bem fundadas quanto a buscar explicações para as condutas mais reprocháveis no homem, exaltando a honra torta de um criminoso que não condescende com amadores.

O filme alucinante que tem 100% de avaliações positivas, mas você não assistiu Divulgação / Everymedia

O filme alucinante que tem 100% de avaliações positivas, mas você não assistiu

Em “Kahaani” (2012), Sujoy Ghosh mistura com arrojo competente thriller, romance, drama e crítica social como só alguém tão fortemente marcado por sua própria terra consegue. Aludindo aos belos rituais religiosos do país — com as tantas cores berrantes, as luzes vívidas, os fumos estupefacientes da Durga Puja, festa em honra da deusa da Criação hindu —, bem como levando à tela a babel de uma Calcutá que parece congelada num passado de pobreza, atraso tecnológico e vida em tudo precária, Ghosh oferece ao espectador um panorama bastante autêntico do que é ser uma pessoa comum na Índia dos nossos dias.